Laudos da Polícia Científica serão usados para responsabilizar autores de falsificação com metanol

A Polícia Científica de São Paulo tem intensificado o trabalho de análise de bebidas suspeitas de adulteração, em meio ao aumento de casos de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica e potencialmente letal. O processo, que já é realizado há anos, ganhou força com a criação de um gabinete de crise pelo governo estadual, na última terça-feira (30), para enfrentar a situação emergencial.

A força-tarefa envolve diferentes órgãos, como a Polícia Civil, Secretaria da Fazenda, Procon-SP e as vigilâncias sanitárias estadual e municipal. Em apenas uma semana, 10 estabelecimentos foram interditados — total ou parcialmente — por suspeita de comercialização de bebidas adulteradas.

A análise das bebidas começa com a apreensão do produto durante fiscalizações. As garrafas são enviadas ao Instituto de Criminalística, onde passam por um processo minucioso. Primeiramente, são registradas e encaminhadas ao Núcleo de Documentoscopia, responsável por verificar possíveis adulterações em rótulos, lacres e embalagens.

Equipamentos avançados, como o Comparador Espectral de Vídeo, são utilizados para identificar fraudes visuais em selos e marcas de impressão. Na sequência, o conteúdo das garrafas é analisado pelo Núcleo de Química, que realiza exames laboratoriais para verificar a presença de substâncias tóxicas, como o metanol.

A comparação é feita com padrões originais fornecidos pelos próprios fabricantes. Se confirmada a presença da substância, o laudo quantifica sua concentração e aponta se os níveis representam risco à saúde. “Esse processo garante materialidade jurídica às investigações e contribuirá para a responsabilização dos envolvidos na falsificação”, informou o governo paulista em nota divulgada neste sábado (4).

O trabalho da Polícia Científica acontece sete dias por semana, com o objetivo de acelerar os resultados. O laudo técnico é a peça fundamental que confirma a adulteração e embasa a atuação policial e sanitária contra os responsáveis.

Além da atuação das autoridades, a população deve estar atenta aos sinais de intoxicação por metanol, considerada uma emergência médica grave. A substância, ao ser ingerida, é metabolizada em compostos extremamente tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, podendo causar sequelas severas ou até a morte.

Entre os principais sintomas estão: visão turva, perda de visão (que pode evoluir para cegueira), náuseas, vômitos, dor abdominal e sudorese. Em qualquer suspeita, o recomendado é buscar imediatamente atendimento médico de urgência.

Canais de apoio como o Disque-Intoxicação da Anvisa (0800 722 6001) e o Centro de Controle de Intoxicações de São Paulo (CCI: 0800-771-3733) estão disponíveis para oferecer orientação especializada. Também é essencial informar pessoas que possam ter consumido a mesma bebida, para que procurem avaliação médica, mesmo sem sintomas evidentes.

A demora no atendimento reduz as chances de recuperação e aumenta o risco de óbito. Por isso, as autoridades reforçam a importância da denúncia, do consumo consciente e da compra de bebidas apenas em estabelecimentos regularizados.

Com informações da Assessoria*

Por Victoria Medeiros, da Redação da Jovem Pan News Manaus

Foto: Adobe Stock

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