O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira (3) que Belém estará preparada para receber os participantes da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro na capital paraense. Em visita às obras de infraestrutura para o evento, Lula declarou que não busca luxo durante a conferência e que pretende se hospedar em um barco.
“Eu vou querer dormir no barco, ainda não tem o barco, mas eu vou encontrar um barco. Porque eu não quero luxo, eu quero vir participar dessa COP porque essa COP tem que ser a COP da verdade. Até agora a gente vai tomando muitas decisões e não tem cumprido as decisões que a gente toma”, disse o presidente em entrevista à TV Liberal.
Com a rede hoteleira lotada e o aumento dos preços de hospedagem, Lula destacou a hospitalidade dos moradores de Belém, que estão alugando suas casas para delegações, prática comparada por ele ao que acontece em Santa Catarina durante o verão. O governo brasileiro também adotou medidas para ampliar a oferta de acomodações, como a utilização de dois navios de cruzeiro que juntos somam 3,9 mil cabines e capacidade para até 6 mil hóspedes. Além disso, três novos hotéis de alto padrão estão em construção na cidade.
A preocupação com os altos valores de hospedagem levantou críticas de representantes de países mais pobres, que temiam a exclusão de parte da sociedade civil da conferência. Para minimizar o impacto, a ONU elevou de US$ 144 para US$ 197 a ajuda diária para hospedagem e a organização brasileira disponibilizou 2,5 mil quartos individuais com preços subsidiados entre US$ 100 e US$ 600. Estima-se que cerca de 45 mil pessoas participem da COP30, número muito superior à capacidade hoteleira habitual de Belém, que é de 18 mil leitos.
Durante a entrevista, Lula também relatou problemas enfrentados em viagem à Ilha do Marajó, no Pará, na manhã de quinta-feira (2). Segundo o presidente, a aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) que transportava sua comitiva apresentou falha no motor e precisou ser substituída antes da decolagem. “Eu só tinha que agradecer a Deus que podia ter tido um problema quando eu estivesse no ar e teve quando eu estava em terra”, afirmou.
Essa não foi a primeira vez que Lula enfrentou dificuldades com aviões. Em outubro do ano passado, o avião presidencial VC-1 registrou falha técnica após decolar no México e precisou permanecer por cinco horas em voo para despejar combustível antes de pousar em segurança.
*Com informações da Agência Brasil
Por Camilla Dantas da Redação da Jovem Pan News Manaus