O Brasil teve mais uma madrugada vitoriosa no Mundial Paralímpico de Atletismo, que está sendo disputado em Nova Déli, na Índia. Os destaques desta quinta-feira (2) foram Maria Clara Augusto e Bartolomeu Chaves, que conquistaram medalhas de ouro em suas respectivas provas, mantendo o país na liderança do quadro de medalhas da competição.
Com os novos títulos, o Brasil soma agora dez ouros, dois a mais que a China, segunda colocada. A delegação brasileira também contabiliza 15 pratas e sete bronzes, totalizando 32 medalhas até o momento no torneio.
Maria Clara conquista seu primeiro ouro mundial
Bronze nas Paralimpíadas de Paris, Maria Clara Augusto, de apenas 21 anos, brilhou na final dos 400m da classe T47 — para atletas com deficiências nos membros superiores — e garantiu seu primeiro título mundial com um desempenho excepcional. A potiguar venceu a prova com o tempo de 56s17, sua melhor marca pessoal. A russa Anastasiia Soloveva ficou com a prata (57s63), e a alemã Jule Ross levou o bronze (57s78).
Foi a segunda medalha de Maria Clara em Nova Déli. Ela já havia faturado a prata nos 100m T47. Ainda disputa os 200m neste Mundial. A atleta agora tem três pódios em Mundiais.
Natural do Rio Grande do Norte, Maria Clara nasceu com uma má-formação congênita no braço esquerdo, abaixo do cotovelo.
Passarinho voa para o bicampeonato mundial
Já o maranhense Bartolomeu Chaves, conhecido como Passarinho, brilhou mais uma vez na prova dos 400m T37, classe para atletas com paralisia cerebral. O atleta de 24 anos conquistou o bicampeonato mundial com o tempo de 50s13, novo recorde do campeonato. O russo Anton Feoktistov terminou em segundo (50s64), e o colombiano Yeferson Suarez completou o pódio (51s19).
Atual vice-campeão paralímpico, Bartolomeu Chaves conquistou o bicampeonato mundial dos 400m T37. Mais conhecido como Passarinho, ele já havia conquistado a prata nos 200m em Nova Déli e nesta quinta subiu no topo do pódio de sua principal prova, chegando a quatro medalhas em Mundiais.
Bartolomeu teve deficiência intelectual diagnosticada ainda na infância. Iniciou a carreira na classe T20, mas acabou reclassificado para a T37 devido às limitações motoras. O apelido “Passarinho” é reflexo de seu estilo leve e rápido nas pistas.
Com essas conquistas, Maria Clara e Bartolomeu não apenas reafirmam o talento dos atletas paralímpicos brasileiros, como também reforçam a força do Brasil no cenário internacional. O Mundial segue até o final de semana, com a expectativa de mais medalhas para a delegação canarinha.
Por Victoria Medeiros, da Redação da Jovem Pan News Manaus
Foto: Cris Mattos / CPB