Duas mortes por ingestão de bebida alcoólica adulterada com metanol, registradas no estado de São Paulo, reacendem o alerta sobre os perigos do mercado ilegal de bebidas no Brasil. Associações do setor e especialistas em saúde fizeram um apelo urgente para intensificar o combate à comercialização clandestina, após nove casos de intoxicação em menos de um mês.
A atuação do mercado ilegal de bebidas alcoólicas voltou a cobrar um preço alto: duas pessoas morreram e outras sete apresentaram sintomas graves de intoxicação após consumir produtos adulterados com metanol, no estado de São Paulo. O caso levou a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) e a Associação Brasileira de Neuro-oftalmologia (ABNO) a emitirem alertas públicos sobre os riscos à saúde e à segurança dos consumidores.
Em nota, a Abrabe declarou “profunda preocupação e solidariedade às vítimas e seus familiares”, reforçando seu trabalho contra a falsificação e comercialização de bebidas fora dos padrões legais. A associação revelou que, somente em 2025, mais de 160 mil produtos falsificados, além de insumos e equipamentos clandestinos, foram apreendidos em operações de fiscalização.
“A entidade atua fortemente na defesa do mercado legal e responsável, e seguirá contribuindo com os governos federal e estadual na proteção da população”, afirma o comunicado.
Além dos riscos à saúde, especialistas alertam para os efeitos devastadores do metanol no organismo. A ABNO explicou que o consumo da substância pode causar, em poucas horas, sintomas como dor de cabeça, vômito, confusão mental e até cegueira irreversível — uma condição conhecida como neuropatia óptica tóxica.
A situação levou a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e o Conselho Nacional de Combate à Pirataria (CNCP) a publicarem uma nota técnica com recomendações urgentes aos estabelecimentos que vendem bebidas alcoólicas em São Paulo. A fiscalização deve se intensificar nas próximas semanas, especialmente em pontos com histórico de venda irregular.
Com informações da assessoria
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus