México anuncia aumento do salário mínimo e envia projeto para reduzir jornada semanal até 2030

Governo define reajuste de 13% a partir de janeiro e propõe diminuição gradual da carga horária de 48 para 40 horas
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O governo do México confirmou nesta quarta-feira (3), que o salário mínimo nacional terá aumento de 13% a partir de janeiro de 2026. O valor passará a ser de 315,04 pesos por dia, segundo o Ministério do Trabalho. Nas regiões localizadas no norte do país, próximas à fronteira com os Estados Unidos, o salário mínimo diário será de aproximadamente 440,87 pesos, devido às diferenças regionais de remuneração.

De acordo com a presidente Claudia Sheinbaum, a elevação mantém a política de valorização iniciada em 2018, acumulando alta de 154% no período. Sheinbaum afirmou que os reajustes contribuíram para a redução da pobreza e disse ter consultado o Ministério das Finanças, o Banco Central e representantes do setor empresarial antes da decisão.

A presidente respondeu a críticas de que um novo aumento poderia pressionar a inflação, lembrando que o país registra nível alto de investimento estrangeiro. O Banco Central, contudo, já havia alertado que a aproximação entre salário mínimo e salário médio pode ampliar a pressão inflacionária. A inflação anual está cerca de 1 ponto percentual acima da meta de 3%.

O anúncio ocorre após a economia mexicana registrar retração de 0,3% no terceiro trimestre, influenciada pela desaceleração industrial. O país também enfrenta impactos das tarifas impostas pelos Estados Unidos e incertezas sobre a revisão do acordo USMCA, prevista para o próximo ano.

Proposta de redução da jornada semanal

O governo enviará ao Congresso um projeto que reduz gradualmente a carga horária semanal de 48 para 40 horas até 2030. O plano prevê diminuição de duas horas por ano a partir de 2027. A proposta retoma uma das promessas da campanha de Sheinbaum em 2024, que não avançou anteriormente por resistência do setor empresarial.

Dados da OCDE mostram que trabalhadores mexicanos cumpriram, em média, 2.193 horas de trabalho em 2024, a maior carga entre os países membros da organização.


Com informações CNN*

Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus