Mortes por sarampo diminuem 88%, mas casos voltam a crescer, diz OMS

Relatório da OMS indica avanço na redução de óbitos, porém aponta crescimento global de infecções e insuficiência na cobertura vacinal
Foto: OMS/Danil Usmanov

As mortes por sarampo caíram 88% entre 2000 e 2024, segundo relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), nesta sexta-feira (28). No período, quase 59 milhões de vidas foram preservadas devido à vacinação. Apesar da redução, a doença provocou 95 mil mortes em 2024, principalmente entre crianças menores de cinco anos.

O aumento global de casos é um dos principais alertas do levantamento. A OMS registrou cerca de 11 milhões de infecções no último ano, quase 800 mil a mais que antes da pandemia de Covid-19. A maior concentração foi no Mediterrâneo Oriental, Europa e Sudeste Asiático. A África apresentou redução de 40% nas infecções e 50% nos óbitos.

A OMS afirma ainda que, mesmo com menor letalidade, surtos recentes continuam associados a complicações como cegueira, pneumonia e encefalite.

A cobertura vacinal segue insuficiente para evitar novos surtos.

Em 2024, 84% das crianças receberam a primeira dose da vacina, mas apenas 76% receberam a segunda. O ideal é que os países alcancem 95% de cobertura com as duas doses. Mais de 30 milhões de crianças permaneceram desprotegidas no ano passado, grande parte em regiões afetadas por conflitos.

Segundo o relatório, o sarampo é uma das primeiras doenças a ressurgir quando a vacinação diminui, evidenciando falhas nos sistemas de saúde e nas estratégias de imunização.

Até o fim de 2024, 81 países haviam eliminado o sarampo.

Resultados recentes elevaram o número para 96, incluindo Cabo Verde, Maurício, Ilhas Seicheles e territórios do Pacífico. A Região das Américas recuperou o status de eliminação em 2024, mas perdeu novamente em 2025 devido à transmissão contínua no Canadá.

A OMS também expressa preocupação com cortes de financiamento que atingem programas de imunização e laboratórios de vigilância, o que pode impactar o controle da doença nos próximos anos.

O relatório reforça que a eliminação do sarampo depende de compromisso político, financiamento contínuo e fortalecimento dos programas de vacinação. A recomendação inclui ampliar a imunização de rotina, melhorar a vigilância epidemiológica, garantir resposta rápida a surtos e realizar campanhas de alta cobertura enquanto os níveis regulares de vacinação não atingirem o necessário.


 

Com informações da OMS*
Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus