Mulheres negras concentram os maiores índices de mortes maternas no Amazonas, aponta a FVS

Dados da vigilância em saúde revelam desigualdades no acesso e na qualidade do cuidado durante a gestação, parto e pós-parto

Mulheres negras seguem entre as mais afetadas pelas mortes maternas e infantis no Amazonas. O dado faz parte de uma análise apresentada pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS), que avaliou a mortalidade materno-infantil no estado a partir do recorte de raça e cor.

A apresentação ocorreu durante um encontro técnico on-line que reuniu profissionais da saúde, gestores públicos e representantes de instituições parceiras. O objetivo foi ampliar o entendimento sobre como as desigualdades sociais e raciais impactam diretamente a saúde de mães e crianças, especialmente em áreas mais vulneráveis do estado.

Segundo a FVS, os dados mostram que diferenças no acesso aos serviços de saúde, no acompanhamento do pré-natal, na assistência ao parto e no cuidado após o nascimento ajudam a explicar os números mais elevados entre mulheres negras. A análise considera informações da série histórica recente da mortalidade materna e infantil no Amazonas.

Durante o encontro, técnicos da vigilância em saúde destacaram que o uso desses dados é fundamental para identificar falhas no sistema e orientar políticas públicas mais eficazes. A intenção é apoiar gestores e equipes de saúde na adoção de ações que ampliem o acesso, melhorem a qualidade do atendimento e reduzam riscos evitáveis.

As discussões também reforçaram a importância de fortalecer a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra, com foco na equidade racial e na garantia de um cuidado mais adequado às realidades dos territórios amazônicos.

O encontro contou com a participação de áreas da Secretaria de Estado de Saúde, da vigilância em saúde, além de representantes do Ministério da Saúde, da Fiocruz Amazônia e coordenações municipais, ampliando o diálogo sobre estratégias para reduzir desigualdades que ainda afetam mães e crianças no Amazonas.

 

 

 

Com Informações da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas

Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus