Polícia desarticula esquema de fabricação ilegal de armas no RJ e Paraná

Operação cumpre mandados no Rio de Janeiro e no Paraná e prende ex-militar ligado à produção clandestina
Policiais civis durante cumprimento de mandados da operação contra fabricação ilegal de armas na Baixada Fluminense - Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil

A Polícia Civil realizou, nesta quinta-feira (13), uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão contra um esquema de fabricação e comércio ilegal de armas na Baixada Fluminense, no Rio de Janeiro, e no Paraná. Entre os alvos está o ex-cabo do Exército Carlos Henrique Martins Cotrin, preso em Nova Iguaçu.

Carlos Henrique Cotrin foi detido após tentar fugir pelos fundos de um imóvel onde funcionava um ponto de fabricação de armas em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Segundo a polícia, no local eram produzidas armas de uso permitido e restrito.

Durante a apresentação dos resultados da operação, o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que as ações de combate a grupos envolvidos na produção e comercialização clandestina de armas fazem parte de uma estratégia estruturada de segurança pública.

“Essa operação é mais uma prova de que inteligência, integração e tecnologia estão no centro da nossa política de segurança. Estamos desarticulando quem fabrica, quem vende e quem financia a violência.”

A investigação aponta que a empresa de Cotrin também fazia manutenção de armamentos para milícias da região e fabricava fuzis vendidos pela internet por valores entre R$ 50 mil e R$ 60 mil, conforme informou o delegado da Desarme, Luiz Otávio Franco.

Investigação baseada em análise digital

A ação é conduzida pela Delegacia Especializada em Armas, Munições e Explosivos (Desarme). A apuração começou após a perícia de dados extraídos de dispositivos eletrônicos apreendidos em fases anteriores da operação.

Os conteúdos analisados revelaram trocas de mensagens, vídeos e registros de transações que indicaram a existência de uma rede estruturada de produção e venda clandestina de pistolas, fuzis, metralhadoras artesanais e munições montadas manualmente.

Os investigadores também identificaram o uso de transportadoras privadas para envio disfarçado de armamentos, com orientações para ocultação do conteúdo e da identidade dos remetentes. Os registros financeiros indicam margens de lucro que chegavam a 150%.

Pontos de produção e distribuição

Durante a operação, equipes localizaram ferramentas, peças de reposição, insumos, equipamentos de recarga de munições e estruturas destinadas ao armazenamento irregular. Parte das armas era repassada a terceiros sem qualquer controle legal.

Em outra fábrica clandestina na Baixada Fluminense, cinco pessoas foram presas. Entre o material apreendido estão pistolas, revólveres, um fuzil, carregadores, munições e um lança-rojão.

Ação também no Paraná

No Paraná, com apoio da Polícia Civil local, foi preso Márcio Marcelo Ivanklo, em sua residência. No imóvel, os agentes apreenderam mais de 80 armas, incluindo espingardas, pistolas e revólveres. Segundo a investigação, Ivanklo comercializava armas e munições por meio de grupos de WhatsApp. Ele já havia sido preso pela Polícia Federal em 2008.

Com informações da Agência Brasil*

Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus