Povos da floresta marcham com porangas acesas em Belém durante a COP30 em defesa da Amazônia viva

Mais de mil lideranças extrativistas de todo o Brasil se reúnem nesta quinta-feira (13) em Belém (PA) para o “Porongaço dos Povos da Floresta”, ato simbólico e político que celebra os 40 anos do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e reivindica justiça climática, social e territorial.

Mais de mil lideranças extrativistas, indígenas, quilombolas e ribeirinhas de todos os biomas do Brasil tomam as ruas de Belém (PA) nesta quinta-feira (13), a partir das 17h, no ato “Porongaço dos Povos da Floresta”. A manifestação acontece paralelamente à 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP30) e marca os 40 anos do Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS).

A concentração ocorre na Praça Eneida de Moraes, no bairro Pedreira, com saída prevista para as 18h em direção à Aldeia Cabana, na Avenida Pedro Miranda. No destino, será entregue a Carta Política das Populações Extrativistas, documento que reúne demandas e propostas voltadas à defesa dos territórios, da floresta viva e da responsabilidade climática global.

Durante a caminhada pacífica, os participantes usarão porangas  lamparinas tradicionais dos seringueiros  acesas com óleos da floresta, como andiroba e copaíba. O cortejo será acompanhado por cânticos, poesias, rezas e manifestações artísticas que unem espiritualidade e resistência.

Segundo Letícia Moraes, vice-presidente do CNS, o movimento busca lembrar que “não há solução real para a crise climática sem justiça social, territorial e ambiental  e sem os povos que protegem a floresta viva”. Ela explica que o Porongaço é um ato político e simbólico que “ecoará o legado de Chico Mendes e a sabedoria ancestral de milhares de homens e mulheres que continuam iluminando o caminho da vida na Amazônia”.

O nome do ato faz referência à poranga, lamparina usada pelos seringueiros para iluminar o trabalho noturno na mata e símbolo dos “empates”, manifestações pacíficas que marcaram a resistência contra o desmatamento e a grilagem nas décadas de 1970 e 1980.

“Hoje, o Porongaço resgata esse símbolo como metáfora da esperança, da coletividade e da luta. É um gesto de resistência que reafirma: a floresta está viva porque seus povos cuidam dela”, conclui Moraes.

Com informações da Assessoria.

Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.