O espaço, criado pelo Instituto Serra da Valéria, será inaugurado às 10h, com entrada gratuita, e nasce com o propósito de conectar a produção artística local a narrativas contemporâneas de alcance global.
Localizada na Serra da Valéria, área simbólica que divide os dois estados, a nova galeria foi idealizada para impulsionar artistas amazônidas, fortalecer o acesso à arte em territórios rurais e ampliar a visibilidade da produção cultural da floresta.
Primeira exposição: “Elo Manifesto” e “Cotidiano Ribeirinho”
A abertura do espaço será marcada por duas exposições inaugurais:
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“Elo Manifesto”, composta por esculturas do artista amazonense Zaviê,
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“Cotidiano Ribeirinho”, conjunto de pinturas da artista e médica mineira Liadora, voluntária e gestora de projetos do Instituto.
Ambos apresentam obras que dialogam com a natureza, as memórias e o cotidiano das comunidades da região, unindo tradição e experimentação estética.
Arte no território ribeirinho
Para o diretor do Instituto, Freyzer Andrade, artista nascido na Valéria, a criação da galeria representa um avanço na democratização da arte.
“Entendemos que a arte precisa existir onde as pessoas vivem, especialmente nos lugares de difícil acesso. Trazer uma galeria para a zona rural é uma forma de valorizar artistas locais, fortalecer identidades e mostrar que a Amazônia também produz arte contemporânea em alto nível”, destaca.
Segundo ele, a galeria oferece uma experiência integrada com o território: exposições, encontros, vivências e ações formativas que conectam comunidade e artistas em processos criativos inclusivos.
Depoimentos dos artistas
Liadora, uma das expositoras, ressalta que sua passagem pela Amazônia transformou não apenas sua técnica, mas seu propósito artístico.
“Fazer parte desse movimento é entender a arte como ferramenta de diálogo e transformação social. A Amazônia me inspira a pintar, a estar em comunidade e a pensar arte e ciência como patrimônios coletivos que devem ser acessíveis a todos”, afirma.
Já Zaviê, autodidata e profundamente ligado às lendas e espiritualidades amazônicas, apresenta na exposição esculturas que exploram seres híbridos, inspirados na cerâmica Konduri, tradição indígena da região.
Cultura, educação e impacto social
Além da galeria, o Instituto Serra da Valéria desenvolve projetos que unem arte, educação e fortalecimento da cultura ribeirinha. Cursos, oficinas, mentorias e atividades comunitárias visam estimular jovens e adultos a descobrirem suas habilidades e narrativas.
“O objetivo é transformar a arte em instrumento social, promovendo autoestima, pertencimento e desenvolvimento cultural nas comunidades ribeirinhas”, reforça Freyzer Andrade.
Sobre os artistas expositores
Liadora
Mineira, 31 anos, pintora figurativa e ativista socioambiental. Transita entre óleo e aquarela, com foco no retrato. Estudou com artistas como Caio Cruz, Raquel Falk e Gonzalo Cárcamo. Em 2024, fez formação na Florence Academy of Art (Itália) e decidiu dedicar-se integralmente à arte e a projetos sociais. Atua como voluntária do Instituto desde 2025. Sua coleção “Cotidiano Ribeirinho” retrata a vida, expressões e cenas das comunidades amazônicas.
Zaviê (Sandel Xavier)
Artista amazonense, 22 anos, autodidata, criado em comunidade ribeirinha em contato profundo com a floresta. Suas obras exploram o surrealismo e elementos espirituais amazônicos. Produz telas, esculturas e arte digital. Em “Elo Manifesto”, apresenta seres zoo-antropomórficos inspirados na cerâmica Konduri e nos mitos da região.
Sobre o Instituto Serra da Valéria
O Instituto Serra da Valéria é uma organização sem fins lucrativos com atuação social na região da Valéria, em Parintins (AM). Seus projetos unem arte, educação e colaboração comunitária para fortalecer identidades, promover oportunidades culturais e estimular talentos ribeirinhos.
A galeria e a sede do Instituto funcionam no Konduri Lodge, localizado na Vila Amazônia, zona rural de Parintins.
Com informações da Assessoria.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.






