Programa Avançar reduz distorção idade-ano e regulariza trajetórias escolares no Amazonas

O Programa Avançar, desenvolvido pela Secretaria de Estado de Educação, atua na correção da defasagem idade-ano no Ensino Fundamental, atendendo cerca de 1,2 mil estudantes em 2025 e contribuindo para a recomposição das aprendizagens na rede estadual.

O Programa de Correção de Fluxo Escolar – Avançar está beneficiando cerca de 1,2 mil estudantes da rede estadual de ensino no Amazonas, promovendo a regularização da defasagem idade-ano escolar até o fim de 2025. A iniciativa da Secretaria de Estado de Educação organiza turmas em três fases, com número reduzido de alunos, permitindo acompanhamento pedagógico individualizado e voltado às necessidades específicas de cada estudante.

O programa atende estudantes do Ensino Fundamental que apresentam, no mínimo, dois anos de defasagem em relação à série correspondente à sua idade. Na Fase 1 (anos iniciais), são atendidos estudantes de 8 a 14 anos, sem escolaridade ou vindos dos primeiros anos do Ensino Fundamental. Na Fase 2 (anos finais), o público inclui estudantes de 13 a 14 anos oriundos do 6º ano, enquanto a Fase 3 atende alunos de 14 a 16 anos, provenientes do 7º e 8º anos. As turmas são formadas no início do ano letivo, com base em dados fornecidos pela Gerência de Pesquisa e Estatística, que identifica escolas aptas para a implementação do programa.

Segundo a gerente de Ensino Regular da Secretaria de Educação, Keylah Adriana, o programa representa “uma ação de justiça social que garante equidade, permanência e aprendizagem significativa”.

Os resultados já mostram impacto significativo: em 2014, a distorção idade-ano era de 12,08% nos anos iniciais e 34,7% nos anos finais do Ensino Fundamental. Em 2024, os índices caíram para 5,1% e 16,9%, respectivamente, segundo dados do Ministério da Educação.

Em 2025, o programa atende 58 turmas em todo o estado, incluindo três turmas na Escola Estadual Osmar Pedrosa, na zona Norte de Manaus, com 74 estudantes. O administrador escolar, Antônio Lopes, destacou que a unidade alcançou praticamente taxa zero de discrepância idade-série, resultado de um trabalho pedagógico contínuo ao longo de dez anos.

Educação e inclusão

O programa também atende estudantes com trajetórias escolares irregulares, como crianças do interior do estado que começaram a estudar mais tarde e imigrantes sem documentação escolar. A metodologia aplicada considera aspectos cognitivos, físicos, sociais, culturais e emocionais, promovendo a integração e recuperação das aprendizagens.

Para a professora Doralice Araújo, que atua com a Fase 1 na EE Osmar Pedrosa, o trabalho pedagógico envolve jogos, atividades de leitura e acompanhamento individual, com foco em desenvolver o entendimento da importância da educação.

Já a professora Dalila Martins, que lecionou por seis anos no programa, compartilha experiências em congressos nacionais e internacionais, utilizando jogos digitais e artesanais para consolidar conteúdos como a tabuada e projetos de incentivo à leitura. Ela reforça que iniciativas como o Programa Ciência na Escola fortalecem os resultados do Avançar, garantindo atenção especial a estudantes em situação de vulnerabilidade.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *