A esporotricose, infecção causada por fungos presentes no solo e na vegetação em decomposição, continua entre as doenças que demandam atenção no Amazonas — especialmente por seu impacto em animais domésticos e pelo risco de transmissão a humanos. O cenário consta no levantamento epidemiológico mais recente elaborado pela Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Dra. Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), que compila os registros feitos entre janeiro e novembro deste ano em todo o estado.
O documento, publicado mensalmente, reúne notificações que ajudam a orientar ações de prevenção, diagnóstico e atendimento nas redes de saúde humana e veterinária. Segundo os dados, foram notificados 2.342 casos humanos, com 1.787 confirmações e 266 investigações em andamento. Um óbito foi registrado. A maior parte dos casos envolve moradores de Manaus, com 1.668 ocorrências.
Gatos concentram quase todos os casos em animais
A situação é ainda mais expressiva entre os animais domésticos. Das 4.701 notificações registradas no período, 4.392 foram confirmadas, e gatos representam 97,6% dessas ocorrências. Cães correspondem a apenas 2,4% dos registros. Ainda de acordo com o levantamento, 2.249 animais seguem em tratamento, enquanto 2.118 óbitos ou eutanásias foram registrados — reflexo da gravidade da doença quando não há acompanhamento adequado.
A maior parte dos animais acometidos é macho (65,7%), perfil que, segundo especialistas, costuma estar mais exposto devido ao comportamento territorial e à circulação externa.
Como é feito o acompanhamento no estado
O monitoramento da esporotricose no Amazonas é realizado por uma rede integrada composta por órgãos da saúde humana e animal. Além da FVS-RCP, participam o Instituto de Medicina Tropical, a unidade dermatológica Alfredo da Matta, a Secretaria de Proteção Animal, a Semsa Manaus e o Conselho Regional de Medicina Veterinária. O objetivo é consolidar dados, orientar profissionais e organizar fluxos de atendimento.
Transmissão e cuidados necessários
A esporotricose ocorre quando o fungo Sporothrix entra em contato com a pele ou mucosas por meio de arranhões, ferimentos ou materiais contaminados.
Em animais — especialmente gatos — a transmissão para humanos pode ocorrer por arranhaduras, mordidas, lambeduras, secreções ou contato com lesões.
Entre as medidas de prevenção, especialistas recomendam:
Evitar que pets circulem sem supervisão; Procurar atendimento veterinário ao notar feridas, secreções ou mudanças comportamentais; Usar proteção ao manusear animais com suspeita da doença e buscar atendimento médico imediato em caso de lesões na pele.
O levantamento completo pode ser consultado no site www.fvs.am.gov.br, que reúne as atualizações divulgadas sempre na última terça-feira de cada mês.
Com Informações da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus






