Quebra do monopólio do gás natural impulsiona emprego e desenvolvimento no interior do Amazonas

Nova política energética estadual atrai empresas, forma mão de obra e transforma economias locais, segundo dados apresentados em seminário nacional

A abertura do mercado de gás natural no Amazonas, iniciada após a promulgação da Lei do Gás em 2021, tem gerado avanços econômicos e sociais em municípios do interior. O tema foi discutido nesta quarta-feira (05/11), durante o seminário “Energia e Desenvolvimento Regional: Convergência para o Brasil do Futuro”, em Brasília (DF), que reuniu representantes do setor energético, autoridades e investidores.

No evento, o governador Wilson Lima destacou os resultados da quebra do monopólio do gás, que permitiu a entrada de novos investimentos privados no estado.

Vivemos um momento histórico no Amazonas, de consolidação do gás natural como pilar do desenvolvimento sustentável e competitivo. O gás gera emprego, promove a economia e tem uma contrapartida social significativa — como vemos em municípios como Silves e Itapiranga, que hoje vivem uma nova realidade econômica”, afirmou.

Investimentos e geração de renda

Um dos principais empreendimentos do setor é o Complexo Azulão 950, da Eneva, localizado em Silves. O projeto é considerado o maior investimento onshore de gás natural do país, com R$ 5,8 bilhões aplicados e previsão de gerar 950 megawatts de energia elétrica — o equivalente ao consumo de 3,7 milhões de residências a partir de 2026.

O empreendimento também impulsionou a formação técnica no interior. Em agosto, o Cetam concluiu a formação de 81 profissionais nos cursos de Técnico em Sistemas a Gás, Eletromecânica e Agropecuária, criados para atender à demanda do setor. Todos os alunos receberam bolsas financiadas pela Eneva e 27 foram contratados pela empresa.

Iniciativas paralelas, como o programa Elas Empreendedoras, têm promovido a capacitação de mulheres em comunidades próximas aos empreendimentos, fomentando negócios locais e autonomia financeira.

Potencial energético e desafios logísticos

Durante o painel “Energia como Pilar do Desenvolvimento Regional”, Wilson Lima destacou o potencial do Campo do Juruá, na região de Carauari, que concentra 80% das descobertas de gás em terra no Brasil e pode atingir 30 bilhões de metros cúbicos em reservas estimadas.

O nosso grande desafio é a logística. O Amazonas tem a maior reserva de gás em terra do Brasil, e 80% dessas descobertas estão no Campo do Juruá. Uma área de difícil acesso, e esse é o desafio: monetizar esse gás”, pontuou o governador.

O estado possui 42 bilhões de metros cúbicos de reservas comprovadas e potencial para chegar a 100 bilhões, o que representa 13% das reservas nacionais e 56% das reservas onshore do país.

Transição energética e novos marcos

Com o crescimento da cadeia do gás, o Amazonas prepara o lançamento da Política Estadual de Transição Energética (PETEN), que será apresentada na COP30, em Belém (PA). O plano prevê redução de 50% no consumo de diesel nos sistemas isolados e a eliminação da pobreza energética até 2030.

Há comunidades no Amazonas que nunca tiveram energia elétrica. Agora, graças às fontes renováveis e ao gás natural, essas pessoas estão tendo acesso pela primeira vez à eletricidade, a uma geladeira, a um ar-condicionado”, disse Wilson Lima.

Contexto nacional

O seminário foi promovido pela Eneva, em parceria com o portal Poder360, e reuniu governadores, parlamentares, gestores e especialistas do setor energético para discutir transição, segurança e interiorização do desenvolvimento.

O debate reforçou o papel da energia como vetor de crescimento regional, especialmente em estados que buscam conciliar produção sustentável e inclusão social.


Com informações da Assessoria de Comunicação

Por Karoline Marques, da redação da Jovem Pan News Manaus

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