A capital amazonense recebe, neste fim de semana, o encerramento da residência artística “Voo Livre – História”, iniciativa da Companhia Brasileira de Teatro, apresentada pela Petrobras, por meio da Lei Rouanet e do Ministério da Cultura. As apresentações acontecem no Buia Teatro (Rua Dona Libânia, 300, Centro), neste sábado (1º), às 16h e 19h, e no domingo (2), às 18h, com entrada gratuita.
O projeto reuniu artistas locais e nacionais em um ciclo de criação, formação e partilha, que explorou as relações entre memória, narrativa e identidade. Durante duas semanas, os participantes participaram de oficinas, encontros e experimentações que resultaram em uma série de performances abertas ao público.
Reunir pessoas pra contar e ouvir histórias, compartilhar memórias. Quais são as possíveis relações entre história íntima e história coletiva? Como cada pessoa pode interferir na grande História? Essas perguntas guiaram nosso trabalho”, explicam os artistas em nota de divulgação.
Criação e diversidade amazônica
A direção e coordenação geral do projeto são de Marcio Abreu, com colaboração artística de José Maria, Nadja Naira e Cássia Damasceno, além da assistência de produção de Giselle Jardim e técnica de Esaú Evandro. Participam das performances Felipe Storino, Gabi Miranda, Idylla Silmarovi, Key Sawao, Lay Amorim, Mariellen Kuma, Mirian Laphaeth, Nathalia Gama, Rafael Bacelar e Victoria Fernanda.
Segundo Marcio Abreu, o Voo Livre é estruturado em quatro eixos — criação, troca, formação e apresentação — e tem se mostrado uma experiência única em Manaus.
Percebo que há uma potencialidade muito grande de aprendizado e criação, pela diversidade cultural e pelos desafios na formação da história amazônica. Trabalhamos com jovens artistas locais e essa convivência de diferentes vivências tem ampliado nossas percepções”, afirma o diretor.
Encontros e partilhas
Durante o período de imersão, o grupo realizou encontros e ações performativas com artistas e pesquisadores locais. Entre os convidados estiveram os artistas visuais Beto Oliveira (Margem do Rio) e Christian Braga, além de historiadores de Manaus e de outros estados, que contribuíram para os debates sobre memória e narrativa.
Esses encontros têm sido experiências intensas, onde a troca entre artistas locais e de outras regiões fortalece a pluralidade e a escuta”, acrescenta Marcio Abreu.
O diretor destaca que o resultado das ações não se trata de um espetáculo tradicional, mas de um conjunto de performances criadas coletivamente.
O público é convidado a participar de um compartilhamento de narrativas, imagens e movimentos criados durante a residência. O que veremos é uma diversidade vibrante de histórias e memórias materializadas num presente poético de relação direta entre artistas e público”, explica.
Histórias em movimento
O projeto já passou por Paris e Brasília e segue para Salvador, reunindo artistas e pensadores de diferentes regiões do Brasil. Cada etapa é autônoma e contribui para a criação de um espetáculo original programado para 2026.
O que interessa é potencializar vozes plurais e gestos autônomos. O Voo Livre é uma plataforma viva, onde cada cidade oferece novas possibilidades de escuta e criação”, conclui Marcio Abreu.
Programação anterior
Entre os dias 23 e 26 de outubro, Manaus recebeu uma intensa programação de atividades formativas e artísticas. O ciclo começou com o encontro da pedagoga indígena Vanda Witoto, no Parque das Tribos, seguido por uma aula sobre dispositivos historiográficos e ficção, ministrada pelos historiadores Maud Chirio e Ernesto Bohoslavsky.
Na mesma semana, o professor e poeta Rafael César exibiu o documentário “Afetos que transformam” no Buia Teatro, em sessão aberta ao público, seguida de debate sobre arte e educação na Amazônia.
As ruas do centro de Manaus também foram tomadas por uma ocupação poética conduzida por Rafael César e Francisco Ricardo, que integrou literatura, performance e arte urbana.
A programação incluiu ainda uma mesa sobre narrativas amazônicas e história, com a participação de Chirio, Bohoslavsky, César Augusto Queirós e Christian Braga, e encerrou com a performance “Margens e Águas”, de Beto Oliveira, que uniu caminhada e reflexão sobre território e pertencimento.
Todas as atividades foram gratuitas e acessíveis, com interpretação em Libras e audiodescrição.
Com informações da assessoria*
Por Karoline Marques, da redação da Jovem Pan News Manaus




