O ciclo Seminários da Amazônia 2025 foi encerrado com a palestra “Estresse e Sobrevivência: Estratégias hidrofisiológicas de árvores tropicais e o futuro incerto”, apresentada pelo pesquisador Israel Sampaio Filho, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI). O evento discutiu como as árvores da Amazônia enfrentam secas prolongadas e altas temperaturas.
Sampaio explicou que as árvores respondem ao estresse ambiental regulando a água, a respiração e o crescimento. Um dos mecanismos abordados foi a ação do hormônio ácido abscísico (ABA), produzido quando a planta percebe falta de água ou calor intenso. O ABA provoca o fechamento dos estômatos, poros nas folhas que permitem troca de gases e perda de água, reduzindo a desidratação. A estratégia, porém, diminui a absorção de carbono e o crescimento das plantas.
O pesquisador destacou que diferentes espécies reagem de formas distintas, dependendo de solo, disponibilidade de água, temperatura e características fisiológicas. Estudos apresentados incluíram dados de Manaus, Amazonas, Bahia e Austrália, mostrando variações na regulação estomática e capacidade fotoprotetiva entre biomas.
A palestra também abordou impactos globais. A redução na absorção de carbono pelas florestas pode aumentar a concentração de CO₂ na atmosfera, intensificando aquecimento, secas e ondas de calor. Em cenários extremos, a floresta pode passar a liberar carbono, agravando a crise climática.
Os Seminários da Amazônia são gratuitos e abertos ao público, reunindo pesquisadores e comunidade acadêmica para discutir ciência, meio ambiente e sociedade. A edição de 2025 contou com 17 palestras.
Com informações da Assessoria de Comunicação
Foto: Divulgação
Por Ismael Oliveira – Redação Jovem Pan News Manaus






