A Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) confirmou, nesta quinta-feira (30), que uma ação da Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) resultou na apreensão de 77 barras de ouro, totalizando 72,6 quilos, avaliadas em cerca de R$ 45 milhões, além de cinco armas de fogo, munições e veículos.
Ao todo, seis pessoas foram presas, incluindo dois policiais militares e um policial civil, suspeitos de envolvimento em um esquema de transporte e extorsão relacionado ao comércio ilegal de ouro. A operação aconteceu na noite de quarta-feira (29), em uma residência no bairro Parque Dez de Novembro, na zona Centro-Sul de Manaus.
De acordo com o secretário de Segurança, coronel Vinícius Almeida, a operação é parte de um trabalho de inteligência e resposta rápida das forças de segurança estaduais, que desarticularam uma possível rede de desvio e comercialização ilegal de ouro na capital.
“Estamos tratando o caso com total transparência e rigor. Nenhuma irregularidade dentro das nossas corporações será tolerada. A ação da Rocam é exemplo de que a polícia do Amazonas trabalha com integridade, mesmo quando há indícios que envolvam agentes do próprio sistema”, afirmou o secretário.
Segundo ainda o secretário de Segurança, coronel Vinícius Almeida, a ação é resultado de um trabalho de inteligência e pronta resposta da Rocam.
“A polícia do Amazonas agiu com integridade e transparência. Mesmo diante da gravidade de envolver agentes públicos, não há tolerância com irregularidades. Estamos apurando cada detalhe e colaborando com a Polícia Federal para que os responsáveis sejam punidos”, declarou o secretário.
Denúncia levou à prisão dos suspeitos
De acordo com o comandante da Rocam, tenente-coronel Renan Carvalho, a operação teve início após uma denúncia anônima feita ao 190, que informava que uma família estava sendo feita refém em uma casa próxima ao 23º Distrito Integrado de Polícia (DIP), no Parque Dez.
Ao chegar ao local, a equipe encontrou quatro pessoas rendidas e foi recebida por três policiais — dois PMs e um civil — que alegaram estar em ação. O comportamento suspeito chamou a atenção da equipe, que passou a investigar a cena.
“Durante a verificação, constatamos que os policiais estavam extorquindo as vítimas, que guardavam uma grande quantidade de ouro ilegal de origem venezuelana. Eles tentavam forçar a negociação com outro homem que estava na residência”, relatou o comandante.
Os três policiais e outros três homens que participavam da transação foram presos em flagrante. A mulher de um dos suspeitos, dona da casa, foi levada como testemunha.
Material apreendido
Na operação, os agentes apreenderam:
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77 barras de ouro, pesando 72,6 kg;
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Cinco armas de fogo, incluindo uma carabina e quatro pistolas;
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132 munições de calibres variados;
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Dois coletes balísticos;
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Dois veículos, um deles blindado e outro com fundo falso usado para transporte do ouro;
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R$ 2.150 em espécie e 5 dólares;
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Oito celulares, algemas e coldres.
O material foi encaminhado à Superintendência da Polícia Federal, que assumiu a investigação. A PF deve apurar a origem do ouro, o destino da carga e possíveis ligações com grupos criminosos atuantes na região Norte.
Investigações e medidas disciplinares
O comandante-geral da Polícia Militar, coronel Klinger Paiva, informou que as Corregedorias da PM e da Polícia Civil foram acionadas e que os policiais envolvidos responderão a processo administrativo disciplinar, além do inquérito criminal.
“A corporação não compactua com desvios de conduta. Qualquer envolvimento em práticas ilícitas será tratado com rigor. As instituições estão comprometidas com a verdade e com o combate à corrupção”, reforçou Paiva.
A Polícia Federal e a Secretaria de Segurança Pública trabalham em conjunto para identificar outros possíveis envolvidos e mapear conexões com o tráfico ilegal de ouro, que movimenta milhões na região amazônica.
Com informações da assessoria e do G1 Amazonas
Por Tatiana Sobreira, da redação da Jovem Pan News Manaus



