Uma nova terapia genética considerada improvável há poucos anos está mudando o cenário da leucemia avançada. O tratamento, que modifica células do próprio paciente para atacar o câncer, já foi aplicado desde 2022 em dez pessoas com formas graves da doença — e sete delas alcançaram remissão, mesmo após falha de quimioterapia e transplante de medula.
A técnica consiste em editar o DNA das células T, responsáveis pela defesa do organismo, transformando-as em uma espécie de “medicamento vivo”. Essas células passam a reconhecer e destruir células tumorais com precisão. Segundo os médicos envolvidos, o processo envolve múltiplas etapas de edição genética, como a desativação de mecanismos de autodestruição e a proteção das células modificadas contra medicamentos quimioterápicos, o que aumenta a eficácia do ataque ao câncer.
Os resultados chamam atenção porque envolvem pacientes com leucemia linfoblástica de células T em estágio avançado, um dos quadros mais difíceis de tratar. Antes da nova abordagem, o prognóstico era limitado e sem possibilidade real de cura. Com o tratamento, cerca de 64% dos pacientes alcançaram remissão completa, um índice considerado expressivo e que reforça o potencial da terapia como alternativa para casos sem resposta às técnicas tradicionais.
No Brasil, 2025 também tem sido marcado por avanços no enfrentamento da doença. O blinatumomabe passou a ser ofertado pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para adultos com leucemia linfoblástica aguda, ampliando o acesso a terapias modernas. Além disso, estudos com a versão nacional da terapia CAR-T apontaram taxa de remissão de 72%, demonstrando que o país acompanha o ritmo das inovações globais no campo da imunoterapia.
Especialistas afirmam que o avanço representa uma mudança de paradigma no cuidado oncológico. Pacientes que não respondiam mais a terapias convencionais agora passam a ter uma perspectiva concreta de remissão, e a edição genética indica caminhos promissores para prevenir recaídas. Apesar do otimismo, os médicos reforçam que os resultados ainda precisam de acompanhamento ao longo dos próximos anos para confirmar o impacto definitivo da técnica.
Com Informações da BBC News
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus






