Trump diz que parceria com Lula trará “muita coisa boa” após conversa sobre tarifas e sanções

Líderes discutiram sobretaxas aplicadas aos produtos brasileiros e cooperação no combate ao crime organizado
Foto: Ricardo Stuckert/PR

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (2), que a conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva incluiu temas como comércio, sanções e tarifas aplicadas ao Brasil. As declarações foram dadas a repórteres na Casa Branca.

Trump afirmou que os dois discutiram sanções impostas por seu governo ao Judiciário brasileiro no contexto do processo criminal envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro. Segundo ele, a conversa tratou ainda de temas comerciais e de medidas tarifárias aplicadas a produtos brasileiros.

Nas redes sociais, Trump escreveu que espera encontrar Lula em breve e avaliou que “muita coisa boa resultará desta parceria recém-formada”, disse.

A Presidência da República informou que Lula manifestou interesse em acelerar negociações para retirar a sobretaxa de 40% ainda aplicada pelos Estados Unidos a parte dos produtos brasileiros. A conversa entre os dois durou 40 minutos, segundo o Palácio do Planalto.

O Planalto contextualizou que a pauta tarifária segue como prioridade na relação bilateral. Em seguida, Lula destacou que a decisão recente dos Estados Unidos de retirar parte das tarifas foi positiva, mas observou que há produtos que ainda precisam ser discutidos entre os países, concluiu.

Em 20 de novembro, a Casa Branca anunciou a retirada de 238 produtos da lista do tarifaço, incluindo café, chá, frutas tropicais, sucos, cacau, especiarias, banana, laranja, tomate e carne bovina. De acordo com o governo brasileiro, 22% das exportações nacionais ainda estão sujeitas a sobretaxas. No início da política tarifária, 36% das vendas ao mercado norte-americano pagavam alíquotas adicionais.

O tarifaço faz parte da política implementada por Trump para elevar tarifas de acordo com o déficit comercial dos Estados Unidos com outros países. Como os EUA têm superávit com o Brasil, a tarifa inicial aplicada em abril foi de 10%. Em novembro, determinados produtos agrícolas foram isentos. Em agosto, porém, entrou em vigor a tarifa adicional de 40% como resposta de Washington a decisões que, segundo Trump, prejudicariam empresas de tecnologia norte-americanas e em reação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.

A revisão parcial das tarifas ocorreu após encontros e telefonemas entre Trump e Lula, incluindo uma reunião em outubro, na Malásia, que foi seguida de negociações entre equipes dos dois países.

O governo brasileiro busca avançar em novas exclusões da lista de produtos tarifados. Após reduções para o agronegócio, segmentos industriais seguem como foco devido à dificuldade de redirecionamento para outros mercados. Também estão em pauta temas não tarifários, como terras raras, big techs, energia renovável e o regime fiscal do Redata, que envolve serviços de data center.


Com informações da Agência Brasil*

Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus