O Vaticano publicou nesta quarta-feira (5), um decreto aprovado pelo papa Leão XIV que reafirma o ensinamento de que Jesus Cristo é o único redentor da humanidade. O documento, elaborado pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, orienta os católicos a não utilizarem o título de “corredentora” para a Virgem Maria, reforçando que apenas Cristo possui papel redentor.
O texto afirma que o uso do termo “corredentora” pode causar confusão sobre o papel de Maria na fé cristã, ao “obscurecer a única mediação salvífica de Cristo”. O documento reconhece que Maria cooperou na obra redentora, ao aceitar gerar Jesus, mas não atuou como mediadora.
“Levando em consideração a necessidade de explicar o papel subordinado de Maria a Cristo na obra da Redenção, é sempre inoportuno o uso do título de ‘corredentora’ para definir a cooperação de Maria”, diz o decreto.
A instrução reforça que a Igreja Católica reconhece Maria como mãe de Jesus, intercessora e exemplo de fé, mas não como uma figura com poder de salvação. O texto também recomenda o uso de títulos como “Mãe dos Fiéis”, “Mãe Espiritual” e “Mãe dos Devotos”, considerados adequados à doutrina.
Segundo o Vatican News, o termo “mediadora” pode ser usado apenas quando expressa uma mediação “inclusiva e participativa” que glorifique o poder de Cristo. Já as expressões “Mãe da Graça” e “Mediadora de Todas as Graças” são aceitas com cautela, desde que não ampliem o papel de Maria além do que a teologia católica prevê.
O decreto cita passagens bíblicas e reafirma que “não há salvação em nenhum outro nome, dado aos homens, que nos possa salvar, senão Jesus Cristo”.
A decisão encerra, ao menos durante o papado de Leão XIV, um debate histórico dentro da Igreja Católica sobre o papel de Maria na redenção. Papas anteriores já haviam se manifestado sobre o tema:
- João Paulo II chegou a usar o termo “corredentora”, mas abandonou o título na década de 1990;
- Bento XVI defendeu que Cristo é o único redentor;
- Francisco, falecido em abril deste ano, chamou a ideia de Maria como corredentora de “loucura”, afirmando que ela “jamais quis tirar nada do filho para si”.
O novo decreto orienta os 1,4 bilhão de católicos no mundo a manter a veneração mariana dentro dos limites da doutrina tradicional, reconhecendo sua importância na história da salvação, mas sem atribuir-lhe poder redentor.
Com informações do Estadão*
Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus







