O Instituto Municipal de Vigilância Sanitária (IVISA-Rio) interditou, neste fim de semana, o Bar Veneta, localizado na Tijuca, zona norte do Rio de Janeiro, por comercializar bebidas destiladas sem registro no Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa). O local também abrigava uma fábrica clandestina de cerveja no segundo andar.
Durante a fiscalização, foram apreendidas cerca de 40 garrafas da bebida Batida 021, além de centenas de garrafas de vidro vazias e equipamentos usados na produção de bebidas alcoólicas, como tonéis e panelas. Segundo os fiscais, a fábrica responsável pela Batida 021 está localizada em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No total, 24 garrafas de cerveja cheias foram apreendidas e mais de 20 litros descartados.
O secretário municipal de Ordem Pública, Marcus Belchior, afirmou que as ações de fiscalização visam reforçar a transparência e a segurança dos consumidores.
“Estamos passando por um período em que os estabelecimentos precisam ser transparentes e zelar pela saúde dos seus clientes. Ficamos muito surpresos com as condições encontradas aqui hoje, por isso, o local foi interditado. Que isso sirva de exemplo para outros bares da região. Voltaremos na próxima semana para fiscalizar outros bares na Tijuca”, disse Belchior.
Os agentes também relataram condições higiênico-sanitárias inadequadas, principalmente no segundo andar do estabelecimento. Todo o material recolhido foi encaminhado ao depósito da prefeitura.
Defesa do bar e do fabricante
Em nota, o Bar Veneta afirmou que não possui fábrica clandestina e negou a produção de cerveja artesanal no local.
“Nenhuma cerveja artesanal jamais foi vendida no bar. Todas as bebidas vendidas são compradas lacradas de distribuidores”, declarou a direção do estabelecimento.
O bar também informou que suspendeu a venda da Batida 021 até que o fabricante regularize a documentação e garantiu que cumpre as exigências sanitárias municipais.
“O Bar Veneta tem toda a documentação comprobatória de que está totalmente em dia com as exigências sanitárias”, diz a nota.
Já a empresa 021 Batidas Premium afirmou que está em processo de regularização do registro da bebida junto ao Mapa.
“A empresa reafirma seu compromisso com a segurança, ética e transparência, valores que orientam a sua atuação. Visto a necessidade do registro legal, interrompe voluntariamente a sua produção e vendas”, destacou a nota.
Brasil recebe 1ª remessa de antídoto contra metanol
A intensificação das fiscalizações em bares e fábricas clandestinas ocorre em meio ao aumento dos casos de intoxicação por metanol em diferentes estados do país. Para conter os efeitos da substância e reforçar a resposta do sistema de saúde, o Ministério da Saúde iniciou uma operação nacional voltada à distribuição de antídotos e ao apoio técnico aos estados.
Como parte dessa ação, o Ministério da Saúde recebeu nesta quinta-feira (9), no Aeroporto de Guarulhos (SP), a primeira remessa do antídoto fomepizol, usado no tratamento de intoxicação por metanol. O lote contém 2,5 mil unidades, sendo 1,5 mil destinadas à distribuição imediata, com prioridade para São Paulo, que concentra o maior número de casos.
Outros estados também receberão o medicamento, incluindo Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Piauí, Espírito Santo, Goiás, Acre, Paraíba e Rondônia. A pasta manterá mil ampolas em estoque para uso emergencial e prevê novos envios conforme a demanda.

Além do fomepizol, o etanol farmacêutico também pode ser utilizado para reverter a intoxicação, sob prescrição e acompanhamento médico. O produto pode ser administrado antes mesmo da confirmação laboratorial do quadro. O Ministério da Saúde informou que receberá 12 mil ampolas desse antídoto como doação da empresa Cristália Produtos Químicos e Farmacêuticos, que se somarão às 4,3 mil unidades já entregues aos estoques do SUS pelos hospitais universitários federais, em parceria com a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh).
Com informações da Agência Brasil.
Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus