Zelensky anuncia nova reunião com Trump antes do Ano Novo

Presidente ucraniano diz que encontro pode definir próximos passos das negociações para encerrar a guerra com a Rússia
Foto: Wikipédia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou nesta sexta-feira (26), que voltará a se reunir com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Segundo o site norte-americano Axios, o encontro está previsto para domingo (28).

Em publicação nas redes sociais, Zelensky afirmou que a reunião será “do mais alto nível” e que decisões relevantes podem ser tomadas antes do Ano Novo. Ele disse ainda que a Ucrânia pretende avançar rapidamente nas negociações e que não pretende adiar discussões consideradas centrais para o país.

O anúncio ocorre após a mais recente rodada de negociações entre Washington e Kiev, que resultou em um plano atualizado de 20 pontos para tentar encerrar a guerra, iniciada em fevereiro de 2022. Zelensky afirmou que pediu uma nova reunião entre líderes para tratar da questão territorial, que permanece sem solução.

As declarações foram feitas um dia após Zelensky conversar com o enviado especial do governo Trump, Steve Witkoff, e com Jared Kushner, genro do presidente norte-americano.

Na quarta-feira (24), Zelensky apresentou uma nova versão do plano negociado com os Estados Unidos para o fim do conflito entre Rússia e Ucrânia. O documento atualizado deixou de lado duas exigências atribuídas a Moscou na versão anterior: a renúncia formal da Ucrânia à entrada na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e a aceitação prévia de concessões territoriais.

O novo texto prevê o congelamento da linha de frente, mas não define uma solução sobre eventuais cessões de território à Rússia. Também mantém aberta a aspiração ucraniana de integrar a Otan, um dos principais pontos de impasse com o Kremlin.

Até o momento, o governo russo não respondeu oficialmente às propostas. Autoridades de Moscou, no entanto, indicam que as reivindicações territoriais, incluindo a exigência de controle total da região do Donbass, devem continuar como ponto central das negociações.

Na quarta-feira, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, afirmou que a Rússia ainda estava “formulando sua posição” e evitou comentar o conteúdo do plano. Na quinta-feira, a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que os avanços nas negociações são “lentos, mas constantes”.

Troca de territórios

De acordo com o jornal russo Kommersant, o presidente Vladimir Putin disse a empresários do país que poderia aceitar uma troca limitada de territórios controlados por forças russas na Ucrânia. Segundo a publicação, essa possibilidade não incluiria a região do Donbass, no leste ucraniano, que Moscou considera inegociável.

Ainda segundo o jornal, Putin afirmou que mantém a disposição para concessões semelhantes às discutidas em agosto, durante encontro com Trump em Anchorage, no Alasca, reiterando que o Donbass permaneceria sob controle russo.

Enquanto as negociações seguem, os combates continuam. Nesta sexta-feira, drones russos atingiram três navios nas regiões de Odessa e Mykolaiv, no sul da Ucrânia, informou o vice-primeiro-ministro ucraniano, Oleksiy Kuleba. As embarcações navegavam sob bandeiras da Eslováquia, de Palau e da Libéria. Não houve registro de vítimas, mas ataques causaram interrupções no fornecimento de energia e danos a armazéns civis em Odessa.

Kuleba também relatou um ataque de drones contra a estação ferroviária de Kovel, no noroeste da Ucrânia, a cerca de 60 quilômetros da fronteira com a Polônia. Uma locomotiva e um vagão de carga foram danificados.

 

 

Com informações do G1*

Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus