A decisão ordinária do Diretório Municipal do PL (Partido Liberal) em expulsar o coronel Menezes do quadro de filiados da sigla, é o início de um jogo de poder político, no qual os partidos se fragilizam, entregando-se a um mercado em que o valor da representação política dá lugar a interesses nada republicanos. O escambo pelo poder é cada vez mais explícito dentro das mentalidades provincianescas dos partidos políticos na atualidade.
A explicação usada para expulsar Menezes devido opinar expressamente em uma live, cujo Coronel fez denúncias contra um parlamentar federal, carece de maior fundamentação.
Seria indispensável uma averiguação profunda de supostas faltas atribuídas ao acusado. Nesse contexto, sequer foi aberta uma sindicância para esclarecer esse fato tido como basilar para a expulsão, diga-se, uma obrigação necessária advinda de um partido político, com o noroaw e a representatividade que o PL possui, ou pelo menos possuia.
Para quem Menezes representa uma ameaça? Hipoteticamente, para aqueles que tentam a todo custo antecipar, e auferir uma polarização entre dois nomes na disputa municipal no maior colégio eleitoral do AM. O de um neófito político sem experiência administrativa na esfera executiva, e do atual prefeito, David Almeida.
Menezes ainda no game, pode procurar outro partido, o que certamente tornaria esse jogo mais difícil. Contudo, nem por isso deixaria de ser um candidato incômodo. Todo postulante que adentrar ao jogo político deve saber quem são seus adversários. Em uma eleição, jamais devemos nos desviar do principal juiz no processo, o eleitor(a).
Menezes é um dos principais pré-candidatos à Prefeitura de Manaus em 2024, seja pelo apoio de Bolsonaro, sendo ou não sendo, eleitorado simpático ao ex-presidente, e pela votação que recebeu na cidade, no ano passado, quando quase vira senador, sendo mais de 500 mil votos somente em Manaus. Isso é sinal de vitória na eleição municipal, jamais!!! Todavia, subestimá-lo também não é faceta inteligente.
Assim como Amom e David Almeida, Menezes, Alberto Neto e a própria Maria do Carmo Seffair acenam para um eleitor direitista que tem sido um calcanhar de aquiles para alguns caciques políticos nos últimos anos. O Coronel vira sombra para aqueles que já se antecipam com o “já ganhou” antecipado, cuidado!!! Surpresas acontecem!!!
Independente de gostar ou não de Menezes, o dever do jornalismo respaldado, é avaliar o comportamento dos partidos, as decisões que tomam, os interesses que os move e o fim a que pretende.
O fato é que Menezes incomoda, seja pelo seu comportamento exacerbado, espoletado, intempestivo em demasia, seja pela capilaridade eleitoral adquirida em 2022, quando obteve uma votação de mais de 700 mil votos, em uma eleição ao senado que tinha Arthur, Luiz Castro, nomes experientes, na beira de uma polarização nacional e disputas regionais.
Fez seu nome, e do seu jeito, mas o PL se tornou um partido satélite, orbitando em torno de buracos negros, com forte campo gravitacional. Esse buracos representam o centro do poder, da caneta que faz o milagre de desenhar apenas um símbolo que todos conhecem no mundo dos negócios. A tal política do “fazemos qualquer negócio”. A direita dividida, só fortalece a polarização em dois nomes como já citados. Pergunta: Quem ganha com essa dispersão? O resto deixo para a sua reflexão caro leitor, cara leitora!