Outubro Rosa 2025 é lançado em Manaus com destaque para nova lei que amplia acesso à mamografia no SUS

Nova lei garante mamografia anual a partir dos 40 anos pelo SUS e amplia acesso à prevenção do câncer de mama no Amazonas. Cerimônia realizada no Mirante Lúcia Almeida marcou o início da campanha e reforçou a importância do diagnóstico precoce.

Com o objetivo de reforçar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama, o Movimento Mundial Outubro Rosa 2025 foi oficialmente lançado no Amazonas nesta quarta-feira (1º/10), durante uma cerimônia realizada no Mirante Lúcia Almeida, em Manaus. A ação marcou o início das atividades no estado e contou com a participação de pacientes, voluntárias, profissionais da saúde, representantes do poder público e da sociedade civil.Durante o evento, a Fundação Centro de Controle de Oncologia do Estado do Amazonas (FCecon), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM), destacou os avanços no combate à doença, principalmente com a recente sanção da Lei Estadual nº 7.770/2025, pelo governador Wilson Lima, que garante a realização anual da mamografia para mulheres a partir dos 40 anos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Uma conquista histórica para as mulheres amazonenses

O diretor-presidente da FCecon, Gerson Mourão, ressaltou que a nova legislação marca um importante avanço na prevenção do câncer de mama no estado.

“Eu acho que, pela primeira vez na história do país, a gente tem uma conquista muito bonita para celebrar neste Outubro Rosa. É que agora a mamografia passou a ser realizada anualmente, a partir dos 40 anos, também para as mulheres atendidas pelo SUS. Antes, o exame só era oferecido a partir dos 50. Essa mudança foi fruto de uma luta iniciada aqui no nosso Estado, com apoio da Assembleia Legislativa, e sancionada pelo governador. Assim, o Amazonas se tornou um dos primeiros estados do Brasil a garantir a mamografia a partir dos 40 anos.”

A cerimônia também foi marcada pela iluminação simbólica do Mirante Lúcia Almeida com luzes rosas, cor que simboliza mundialmente a luta contra o câncer de mama.

Histórias de superação

Durante o lançamento, pacientes compartilharam suas histórias de luta e superação, como a servidora pública Tatiana e Gisile, diagnosticada com câncer de mama em estágio 2 após realizar uma série de exames. Ela lembra que o diagnóstico precoce foi decisivo:

“Eu já desconfiava, mas procurei logo o médico. Ainda bem, porque era um câncer agressivo e cresceu muito rápido”, contou.

Tatiana começou o tratamento em 2024, com sessões de quimioterapia. A jornada foi ainda mais difícil porque, na mesma época, sua filha também foi diagnosticada com leucemia.

“Nós duas fomos diagnosticadas ao mesmo tempo. Infelizmente, ela faleceu. Então eu segui minha caminhada… perdi a mama, mas não perdi minha autoestima. Segui mais por causa dela”, emocionou-se.

O câncer de mama no Amazonas

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de mama é a segunda neoplasia maligna mais frequente entre as mulheres no Amazonas. Para 2025, a estimativa é de aproximadamente 500 novos casos no estado.

A FCecon é referência no tratamento oncológico na rede pública estadual, oferecendo o chamado “tripé” terapêutico – cirurgia, quimioterapia e radioterapia – para pacientes em diferentes estágios da doença.

Atendimento humanizado e apoio integral

Além do tratamento clínico, a FCecon mantém o Serviço de Navegação de Pacientes, voltado exclusivamente para mulheres em tratamento contra o câncer de mama. O setor agiliza o encaminhamento das pacientes entre as diferentes especialidades, como imagem, oncologia clínica, radioterapia e serviço social, garantindo maior eficiência no atendimento.

As mulheres também contam com acompanhamento multiprofissional, incluindo psicólogos, fisioterapeutas, nutricionistas e assistentes sociais.

Campanha segue ao longo de outubro

A campanha é organizada pela Rede Feminina de Combate ao Câncer do Amazonas (RFCC-AM) e continuará ao longo do mês com atividades educativas, ações de saúde, palestras, atendimentos preventivos e mobilizações em escolas, comunidades e centros de saúde.

por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus

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