Exclusivo: Setor de motocicletas cresce e reforça confiança no Polo Industrial de Manaus

Em entrevista exclusiva ao programa Minuto a Minuto Amazonas, o diretor executivo da Abraciclo, Sérgio Oliveira, destacou a confiança dos fabricantes no modelo Zona Franca e a nova onda de investimentos no Polo Industrial de Manaus.

De janeiro a setembro de 2025, quase um milhão e meio de motocicletas foram produzidas no Polo Industrial de Manaus (PIM) — um aumento de 13% em relação ao mesmo período do ano anterior. No mesmo intervalo, mais de 1,6 milhão de motos foram emplacadas no Brasil, e as exportações cresceram 20%, com destaque para os modelos flex, que seguem liderando a produção.

Atualmente, o setor de duas rodas emprega mais de 20 mil trabalhadores diretos em Manaus — dois mil a mais que em 2024 — e cerca de 150 mil em todo o país, consolidando-se como um dos segmentos mais representativos do Polo Industrial.

Foto: Jovem Pan News Manaus

Durante entrevista ao Minuto a Minuto Amazonas, o diretor executivo da Abraciclo, Sérgio Oliveira, afirmou que os resultados confirmam a força do modelo Zona Franca de Manaus e a confiança das indústrias instaladas na capital há quase cinco décadas.

“Isso é reflexo da confiança dos fabricantes que produzem aqui há décadas. O modelo da Zona Franca é consolidado e segue atraindo novos investimentos. A chegada de produtos mais tecnológicos reforça a solidez do Polo e a capacidade de inovação da nossa indústria”, destacou Oliveira.

O executivo também citou o novo aporte da Honda da Amazônia, considerado um dos mais expressivos dos últimos anos, que marca uma fase de modernização e expansão da produção local.

“Novos investimentos e produtos com tecnologia de ponta trazem ainda mais confiança às empresas e fortalecem o ciclo virtuoso da Zona Franca. Quanto mais o Polo se moderniza, mais competitivo ele se torna”, completou.

 

Foto: João Paulo Oliveira

Momento positivo e revisão das projeções

O presidente da Abraciclo, Marcos Bento, avaliou que os primeiros nove meses do ano apresentaram um desempenho acima das expectativas. A entidade havia projetado um crescimento de 7,5% para 2025, mas revisou a estimativa para 11,5%, impulsionada pelo mercado interno aquecido e pela expansão do crédito.

“Os primeiros nove meses do ano tiveram um desempenho muito forte. Nós projetávamos um crescimento de 7,5%, que já seria excelente, mas revisamos para 11,5%. É um crescimento robusto, fruto do trabalho dos nossos associados. A motocicleta caiu no gosto do brasileiro, seja pela mobilidade urbana, seja pela geração de renda, principalmente com o delivery”, afirmou Bento.

O dirigente também comentou o impacto do tarifaço de 50% nas exportações para os Estados Unidos, que reduziu o volume exportado a cerca de 29 mil motocicletas.

“É claro que houve impacto. A indústria buscou mercados alternativos, mas esse não é o cenário ideal. O mercado americano é estratégico para nós, e seguimos na expectativa de que as taxas voltem ao patamar anterior”, observou.

Apesar do cenário internacional desafiador, Bento se mostrou otimista com o fechamento de 2025, citando datas comerciais estratégicas como a Black Friday e o Natal como fatores que devem impulsionar as vendas no último trimestre.

“Ainda temos três bons meses de vendas pela frente. Acreditamos que as datas de fim de ano vão aquecer o mercado e consolidar 2025 como um dos melhores períodos da última década para a indústria de motocicletas”, projetou.

Bicicletas elétricas ganham força

O segmento de bicicletas também apresentou desempenho acima das expectativas. Até setembro, mais de 270 mil unidades foram fabricadas, e a Abraciclo revisou sua meta para 330 mil até o fim do ano. O destaque vai para as bicicletas elétricas, que ultrapassaram 33 mil unidades produzidas, representando um salto de 145% em relação a 2024. O gerente da Sense Bike, Joel Silva, explicou que as bikes elétricas vêm se consolidando como símbolo da nova mobilidade urbana.

“Elas têm ajudado muito na mobilidade das cidades e atraído também quem busca lazer e esporte. É um crescimento consistente e que deve se manter pelos próximos anos”, pontuou Silva.

 

 

 

Por João Paulo Oliveira, da Redação da Jovem Pan News Manaus

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