Aeroclube do Amazonas recebe ordem de despejo e pode encerrar atividades após 84 anos

Fundado em 1940, o Aeroclube do Amazonas enfrenta uma ordem de despejo com prazo final neste domingo (19). A direção da instituição afirma que já existe uma disputa judicial em curso e aponta prejuízos à formação de pilotos e à continuidade das atividades.

O Aeroclube do Amazonas (ACA), fundado em 1940, recebeu uma ordem de despejo com cumprimento previsto para este domingo (19). A determinação foi emitida pela Infraero e atinge a sede da instituição, localizada no Aeródromo de Flores, zona Centro-Oeste de Manaus.

Em vídeos enviados à imprensa, o presidente do Aeroclube do Amazonas, Cassiano Ouroso, afirmou que a ordem de despejo foi inesperada, uma vez que já existe um processo judicial em andamento sobre o mesmo imóvel, tramitando na Justiça Federal.

“Na última quarta-feira fomos surpreendidos com uma ação de despejo. Talvez por desconhecimento, a concessionária entrou com o pedido sem observar que já existe uma disputa judicial em curso”, declarou Ouroso.

A instituição é responsável pela formação de profissionais da aviação civil, como pilotos e comissários. Segundo o presidente, a ordem de despejo impacta diretamente essa atividade.

“No ano passado formamos 33 pilotos, e neste ano estamos próximos de dobrar esse número. O Amazonas é um estado extenso e precisa de pilotos. Estamos sendo impedidos de continuar com as aulas”, afirmou.

Ainda segundo a direção do Aeroclube, a Infraero teria ocupado parte da estrutura do aeródromo com base em uma decisão obtida durante plantão judicial, o que, segundo a entidade, resultou na rescisão de contratos com permissionários e acordos diretos com ocupantes de hangares.

A instituição afirma que não recebe repasses públicos e que mantém suas atividades por meio de mensalidades dos associados e da receita dos cursos oferecidos. Também é responsável por eventos comunitários tradicionais, como as festas de fim de ano e Páscoa, voltadas a famílias da região.

O Aeroclube do Amazonas é considerado a escola de aviação mais antiga em funcionamento na Região Norte.

Instituição prepara esclarecimentos sobre ocupação do Aeródromo de Flores

O presidente do Aeroclube do Amazonas, Cassiano Ouroso, convocou uma coletiva de imprensa neste domingo (19) para detalhar a ação de despejo que atinge a instituição. Segundo ele, a medida é preliminar e teria sido movida pela Infraero sem considerar a existência de um processo já em curso na Justiça Federal sobre a posse do Aeródromo de Flores. Na ocasião, Ouroso irá explicar os impactos da ocupação do espaço pela estatal, iniciada a partir de uma decisão obtida em plantão judicial, e que, segundo o Aeroclube, resultou no rompimento de contratos com permissionários e em perdas financeiras significativas para a escola de aviação.

O dirigente também destacará o papel da entidade na formação de pilotos e comissários, lembrando que, somente no ano passado, 33 profissionais foram formados, número que deve dobrar até o final de 2025. A coletiva também abordará os prejuízos operacionais decorrentes da disputa judicial e a posição da diretoria frente ao que classifica como uma tentativa de inviabilizar as atividades da instituição, em funcionamento há 84 anos.

A Jovem Pan News Manaus solicitou posicionamento da Infraero sobre a situação, mas não obteve resposta até o fechamento desta reportagem.

Em atualização…

Com informações da Assessoria.

Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.

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