Quatro pesquisadores que atuam na Amazônia figuram entre os cientistas brasileiros com maior influência em políticas públicas no mundo, segundo relatório divulgado nesta quinta-feira (6) pela Agência Bori, em parceria com a plataforma Overton – sistema que monitora o uso de evidências científicas em decisões governamentais e documentos internacionais.
O levantamento identificou 107 pesquisadores brasileiros com pelo menos 150 citações em relatórios, pareceres e publicações de governos e organismos multilaterais desde 2019, totalizando mais de 33,5 mil documentos de políticas públicas baseados em estudos nacionais.
Entre os representantes do Amazonas, aparecem o biólogo Philip M. Fearnside, do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), e os médicos Vanderson de Souza Sampaio, Wuelton Marcelo Monteiro e Marcus Lacerda, vinculados à Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e à Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-AM). Eles estão entre os cientistas cujas pesquisas mais embasam políticas nas áreas de saúde pública e meio ambiente, com impacto em diferentes níveis de decisão.
O relatório aponta que os campos de saúde – especialmente ligados a epidemias, vacinas e doenças negligenciadas – e de meio ambiente e uso da terra concentram a maioria dos pesquisadores brasileiros citados em documentos de políticas públicas. No contexto amazônico, os quatro cientistas destacam-se por representar uma produção científica regional que tem contribuído diretamente para decisões de governo e organismos internacionais.
Referência mundial em mudanças climáticas e desmatamento, Philip Fearnside aparece com 393 citações em documentos de decisão e 163 artigos referenciados. Seus estudos têm orientado políticas de uso da terra e conservação florestal, consolidando o papel da ciência amazônica nas discussões sobre sustentabilidade e preservação ambiental.
Na área da saúde, Marcus Lacerda, da Fiocruz Amazônia e também da FMT-AM, figura com 218 citações e 57 artigos mencionados. As pesquisas do médico têm embasado protocolos de diagnóstico e tratamento de doenças infecciosas na região amazônica.
Outros dois nomes de destaque são Vanderson de Souza Sampaio, com 200 menções e 22 artigos citados, e Wuelton Marcelo Monteiro, com 178 menções e 35 artigos. Ambos se dedicam a estudos sobre malária, arboviroses e doenças tropicais negligenciadas, consideradas áreas prioritárias para políticas de vigilância epidemiológica no Norte do país.
A presença desses cientistas na lista reflete o crescimento da influência da produção científica amazônica em debates globais sobre meio ambiente e saúde pública, reforçando a importância da pesquisa regional para a formulação de políticas baseadas em evidências.
Por Victoria Medeiros, da Redação da Jovem Pan News Manaus
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