As Filipinas se preparam para a chegada do tufão Fung-wong, conhecido localmente como Uwan, dias depois da passagem do Kalmaegi, que deixou quase 200 mortos no país. Autoridades emitiram alertas para ventos destrutivos e ondas de tempestade, pedindo que moradores de áreas costeiras busquem segurança em terrenos mais altos.
Segundo a PAGASA (Administração de Serviços Atmosféricos, Geofísicos e Astronômicos das Filipinas), Fung-wong pode se intensificar e se tornar um supertufão antes de atingir a costa leste no domingo (9). A enorme circulação da tempestade, que abrange cerca de 1.500 km, já tem provocado fortes chuvas e ventos em algumas regiões.
O meteorologista Benison Estareja, da PAGASA, afirmou à Reuters: “Pode cobrir quase todo o país”. Na manhã deste sábado (8), o tufão cruzava o Mar das Filipinas com ventos sustentados de 140 km/h e rajadas de até 170 km/h.
A agência recomendou a suspensão de todas as atividades marítimas e alertou para o deslocamento imediato de moradores de áreas baixas e costeiras. Alertas específicos foram emitidos para Luzon, a ilha mais populosa, onde fica Manila, bem como para as regiões de Visayas e Siargao, conhecida como a capital do surfe das Filipinas.
Companhias aéreas, incluindo a Philippine Airlines, cancelaram voos por precaução, segundo a Autoridade de Aviação Civil do país.
As Filipinas são regularmente atingidas por tufões, e Fung-wong é a 21ª tempestade nomeada a afetar o país em 2025, conforme autoridades locais.
Sem pausa para alívio
O país ainda se recupera dos impactos do tufão Kalmaegi, que atingiu a região central na última terça-feira (4). A tempestade causou destruição em bairros inteiros e desalojou milhares de pessoas. Pelo menos 188 mortes foram confirmadas, a maioria na província de Cebu, um importante destino turístico.
Embora Kalmaegi não tenha sido a mais forte, sua lentidão provocou volumes significativos de chuva em áreas densamente povoadas. Autoridades afirmaram que a maior parte das vítimas morreu por afogamento. Segundo Bernardo Rafaelito Alejandro IV, administrador adjunto do Escritório de Defesa Civil das Filipinas, “O impacto foi agravado pelo entupimento de vias navegáveis em uma área já propensa a inundações e por uma aparente falta de compreensão dos alertas precoces”.
Além dos desastres naturais, o país enfrenta problemas estruturais: milhares de projetos de controle de enchentes foram alvo de investigação por corrupção, com legisladores, senadores e empresas de construção acusados de receber propina. Protestos populares ocorreram nas principais cidades.
A relação com a crise climática
Especialistas apontam que o aquecimento global está aumentando a intensidade das tempestades na região. O Pacífico Ocidental é a bacia tropical mais ativa do planeta, mas as temperaturas oceânicas atingiram níveis recordes nos últimos oito anos. Oceanos mais quentes fornecem energia suficiente para que tempestades se intensifiquem, e o ar mais quente retém maior umidade, causando chuvas mais intensas.
A combinação de eventos climáticos extremos, vulnerabilidade urbana e problemas de infraestrutura deixa milhões de pessoas em risco, evidenciando a necessidade de medidas mais eficazes de prevenção e mitigação.
Com informações da CNN*
Por Victoria Medeiros, da Redação da Jovem Pan News Manaus
Foto: Daniel Ceng/Anadolu via Getty Images





