A diretora de Atenção Primária da Semsa, enfermeira Sonja Alê Farias, explicou que a missão alemã veio ao Amazonas para conhecer a estratégia de Saúde Digital adotada na rede municipal, que inclui teleconsultas, telemonitoramento e teleconsultoria como ferramentas de apoio à Atenção Primária.
“Quando conseguimos desenvolver teleconsultas na Amazônia, superando distâncias e dificuldades logísticas, mostramos que esse modelo pode ser aplicado em qualquer lugar do mundo. Os representantes da Alemanha vieram justamente para entender como fazemos, os desafios que enfrentamos e como são superados”, afirmou Sonja.
O gerente de Telessaúde da Semsa, Lindinaldo Gomes dos Santos, destacou que a visita integra um processo inicial de intercâmbio, com possibilidade de troca de experiências e serviços, já que o programa alemão atua em diversos países. Segundo ele, o projeto-piloto iniciado em abril de 2025 atende 12 unidades na zona rural — incluindo áreas terrestres, ribeirinhas e fluviais — e mais quatro UBSs na zona urbana, contabilizando até o momento 120 consultas em 11 especialidades, além de teleconsultoria para apoio clínico aos médicos locais.
Durante a visita, os representantes alemães Anselm Schneider e Florian Graz acompanharam uma teleconsulta em cardiologia. Schneider ressaltou que o Brasil tem se destacado em telessaúde e saúde digital:
“Percebemos que o Brasil está muito à frente de grande parte do mundo. Viemos aprender sobre os avanços, desafios e barreiras enfrentadas, para aplicar experiências semelhantes em países da África e Ásia. Ficamos impressionados com a tecnologia e com o engajamento dos profissionais”, afirmou.
O cirurgião Pedro Elias de Souza, do Hospital Universitário Getúlio Vargas (HUGV/UFAM), acrescentou que o grupo também visitou serviços de telessaúde em Tabatinga e na comunidade indígena Belém de Solimões. Segundo ele, o sucesso do programa depende do engajamento das equipes de Atenção Primária, evitando deslocamentos desnecessários dos pacientes até grandes centros.
Entre os atendidos pelo projeto, Maria Dule Oliveira, 55 anos, moradora da comunidade do Abelha, destacou a praticidade da teleconsulta:
“Se eu precisasse ir até Manaus para consultar um especialista, seria muito difícil. Aqui na Fátima, são apenas cinco minutos de lancha, economizando tempo e dinheiro”, relatou.
A USFR Nossa Senhora de Fátima está localizada à margem esquerda do rio Negro, a cerca de 7,8 km da área urbana de Manaus (marina do Davi). A unidade conta com duas equipes de Saúde da Família e uma equipe de Saúde Bucal, atendendo moradores das comunidades do Abelha, Agrícola da Paz, São Sebastião, Ebenezer e frequentadores da marina.
O diretor do Distrito de Saúde Rural (Disa), Rubens Souza, reforçou a importância da teleconsulta:
“A zona rural de Manaus atende cerca de 40 mil pessoas espalhadas pelos rios Negro e Amazonas e pelas rodovias AM–010 e BR–174. Este ano, já atendemos mais de 70 mil pessoas. A telessaúde é essencial para suprir a falta de especialistas e melhorar significativamente a assistência em saúde”, destacou.
Com informações da Assessoria.
Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.
