INCÊNDIO EM HONG KONG: Sobreviventes relatam caos e desespero, enquanto equipes ainda buscam por desaparecidos

Testemunhas e moradores revelam pânico, perdas e incerteza; autoridades mantêm operação contínua em prédios parcialmente destruídos

O grande incêndio que atinge um conjunto de edifícios residenciais em Tai Po, em Hong Kong, segue sendo tratado como uma das maiores tragédias urbanas recentes do território.

Enquanto as equipes de bombeiros tentam avançar pelos blocos ainda tomados por fumaça e calor, moradores desabrigados, familiares de desaparecidos e sobreviventes começam a dar seus primeiros relatos, descritos por autoridades como “testemunhos de uma noite de horror”.

Segundo informações reunidas pela imprensa internacional, o fogo que começou no início da tarde e se alastrou rapidamente pelos andaimes de bambu que envolviam os prédios em reforma, deixou dezenas de mortos e centenas de desaparecidos. O combate às chamas permanece ativo, com trechos ainda ardendo e outros sob controle parcial.

 

Vozes da tragédia: sobreviventes descrevem pânico e fuga

Entre os depoimentos já divulgados, moradores relataram cenas de medo e desorientação. Um sobrevivente identificado como Harry Cheung, de 66 anos, que vivia há mais de quatro décadas no bloco incendiado, disse:

“Ouvi um estrondo, como se algo tivesse explodido. Quando olhei, o fogo já saltava do prédio ao lado. Corri para pegar documentos, mas nem sei o que pensar agora. Só quero saber onde vou dormir hoje.”
(Relato traduzido, The Guardian)

Outro morador, de sobrenome Wong, emocionado, aguardava notícias da esposa presa em um dos andares superiores:

“Não me preocupo com os objetos. Só rezo para que todos saiam vivos, jovens ou idosos.”
(Relato traduzido, The Guardian)

Equipes de resgate confirmaram que muitos moradores ficaram encurralados por conta da estrutura dos prédios, da fumaça extremamente densa e da rapidez com que o fogo se espalhou pelo bambu externo, que é tradicional, barato, mas altamente inflamável.

 

Autoridades reconhecem cenário crítico

Representantes do Corpo de Bombeiros de Tai Po afirmaram que o incêndio criou “um ambiente quase intransponível” nos andares superiores. A temperatura elevada e a queda de partes da estrutura dificultaram a entrada das equipes, que trabalham sem pausas desde o início da operação.

O governo local decretou estado de emergência, instalou abrigos improvisados para os desalojados e informou que há centenas de pessoas vivendo temporariamente em ginásios públicos, alguns apenas com sacos de dormir e cobertores distribuídos por voluntários.

O presidente chinês Xi Jinping foi informado da situação e pediu prioridade total no resgate e acolhimento às vítimas, segundo a imprensa oficial.

Análises de especialista em Acidentes

Em análise à Jovem Pan News Manaus, o especialista em acidentes, professor universitário e engenheiro de Segurança do Trabalho Frederico Cesarino avaliou que fatores estruturais e materiais usados na obra podem ter ampliado a tragédia. Segundo ele, as informações preliminares apontam para “uma falha grave ao utilizar andaimes de bambu e outros materiais altamente inflamáveis como suporte de reforma”. O engenheiro observa que, embora não conheça as normas locais, “é preocupante que estruturas desse tipo ainda sejam adotadas em edificações de grande porte”. Cesarino explica que o incêndio começou exatamente na área em reforma, e que a combinação de bambu e revestimentos inflamáveis favoreceu a rápida propagação das chamas pelas torres do complexo, que abriga cerca de 2 mil apartamentos.

Até o momento, o balanço oficial aponta 44 mortos e cerca de 300 desaparecidos.

 

De onde o fogo começou e por que é tão difícil apagá-lo

A principal suspeita é de que o incêndio tenha iniciado em um dos pavimentos de reforma e se propagado rapidamente para os andaimes externos. O bambu, bastante usado em obras asiáticas, funciona como combustível em alta velocidade quando exposto a chamas.

Um porta-voz dos bombeiros disse que o material acelerou a tragédia:

“O bambu fez o fogo subir como um pavio, de baixo para cima. Isso criou um efeito chaminé e espalhou calor e fumaça para corredores e escadas.” (Traduzido de declarações oficiais divulgadas pela imprensa local)

A comunidade tenta entender o futuro

As famílias afetadas ainda aguardam informações sobre desaparecidos, enquanto assistentes sociais realizam triagem de moradores que precisam de medicamentos, documentos perdidos e apoio psicológico.

Horas após o incêndio, uma idosa de 72 anos que conseguiu sair do bloco disse ao jornal local:

“Perdi minha casa, mas estou viva. Escutei gritos, ouvi portas batendo e gente correndo no escuro. Nunca vou esquecer.”

Canal de atualização constante

Segundo jornais asiáticos, transmissões ao vivo seguem mostrando o avanço das equipes, que isolaram um grande perímetro. Estruturas continuam sendo resfriadas e investigadas, e só depois será possível entrar em áreas críticas.

Em transmissão ao vivo pelo canal no YuoTube da Agência Reuters, é possível acompanhar em tempo real o trabalho das equipes de emergência. As imagens mostram que as chamas principais já foram controladas e que os bombeiros realizam agora o rescaldo, combatendo pequenos focos remanescentes para evitar que o fogo volte a se espalhar. O entorno permanece totalmente isolado, enquanto drones e equipes em solo fazem o monitoramento contínuo da estrutura.

A qualquer momento atualizaremos o conteúdo.

 

 

Com informações G1, Reuters, CNN, The Guardian.

Por Tatiana Sobreira, da redação da Jovem Pan News.