Prefeitura de São Paulo comunicou a Interpol sobre o roubo de treze obras de arte da Biblioteca Mário de Andrade, ocorrido na manhã de domingo (7). O objetivo é impedir que as peças sejam enviadas ao exterior. O alerta internacional foi acionado por meio da Polícia Federal, ainda no mesmo dia, com a inclusão de fotos e informações detalhadas das obras.
Foram levadas oito gravuras da série Jazz, de Henri Matisse, e cinco gravuras de Candido Portinari, da série Menino de Engenho. As peças integravam a exposição “Do livro ao museu: MAM São Paulo e a Biblioteca Mário de Andrade”, que estava em seu último dia.
Investigação
A Polícia Civil identificou os suspeitos envolvidos no roubo e o veículo utilizado na fuga. Imagens do sistema de vigilância SmartSampa registraram a dupla caminhando com as obras pela Rua João Adolfo. Em vídeos, é possível ver o momento em que uma van azul estaciona no local e os homens descem, retornando pouco depois carregando telas.
Outra câmera mostrou que parte das obras foi deixada encostada em um muro próximo ao cruzamento da Rua João Adolfo com a Alfredo Gagliotti. A polícia ainda apura se os criminosos recuperaram as peças ou se outra pessoa as recolheu. Até a última atualização, as obras não haviam sido encontradas.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, os dois homens renderam uma vigilante e um casal de idosos que visitava o local. Em seguida, colocaram documentos e quadros em uma sacola de lona e saíram pela porta principal. Vigilantes acionaram policiais militares, mas os suspeitos não foram localizados.
O caso foi registrado no 2º Distrito Policial (Bom Retiro) e será conduzido pela 1ª Central Especializada de Repressão a Crimes e Ocorrências Diversas (Cerco).
Ação internacional
A Interpol mantém um banco de dados com mais de 57 mil obras de arte roubadas ou desaparecidas, incluindo imagens e descrições certificadas. A organização também disponibiliza o aplicativo “ID-Art”, voltado à identificação de bens culturais e ao combate ao tráfico ilegal.
A Prefeitura de São Paulo também comunicou o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a Associação de Galerias de Arte do Brasil (AGAB).
Obras roubadas de Henri Matisse
As oito gravuras levadas da série Jazz são:
- Le clown
- Le cirque
- Monsieur loyal
- Cauchemar de l’Éléphant Blanc
- Le Codomas
- La nageuse dans l’aquarium
- L’avaleur de sabres
- Le Cowboy
Obras roubadas de Candido Portinari
As cinco gravuras são da série Menino de Engenho. As peças estavam expostas na Biblioteca Mário de Andrade como parte da programação conjunta com o Museu de Arte Moderna de São Paulo.
Histórico da instituição
A Biblioteca Mário de Andrade, mantida pela Prefeitura de São Paulo, é a segunda maior do país e completou 100 anos em fevereiro. Em 2024, recebeu mais de 207 mil visitantes.
O local já havia sido alvo de criminosos em 2006, quando doze gravuras raras do século 19 foram furtadas. As peças, do livro Souvenirs de Rio de Janeiro, pintadas pelo suíço Johann Jacob Steinmann, foram recuperadas pela Polícia Federal apenas em 2024, após aparecerem em uma casa de leilões em Londres.
Com informações da Agência Brasil*
Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus






