Um levantamento global divulgado recentemente acendeu o alerta para o setor empresarial brasileiro: 55% das empresas do país sofreram ataques cibernéticos com perdas materiais nos últimos 12 meses, e 84% já foram alvo desse tipo de crime em algum momento de sua operação. O cenário preocupa ainda mais quando analisados os impactos internacionais, onde 68% das empresas afetadas registraram queda no valor de suas ações e 92% enfrentaram sanções legais ou regulatórias.
Diante desse contexto, especialistas reforçam a necessidade de modernização urgente das estratégias de cibersegurança, especialmente em um período marcado pela ampliação do uso de sistemas em nuvem, dispositivos conectados e trabalho digital integrado.
Em entrevista ao programa Minuto a Minuto, da Jovem Pan News, apresentado pelo jornalista Caubi Cerquinho, o gerente comercial do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico (INDT), Leonardo Loureiro, destacou que a cibersegurança deixou de ser uma questão exclusiva da área de Tecnologia da Informação e passou a envolver toda a estrutura das empresas.
A cibersegurança hoje não é só antivírus. Ela começa no projeto do produto, passa pela engenharia, pela qualidade e impacta diretamente a reputação da marca. Um sistema ou equipamento conectado que não é seguro representa risco para a empresa e para o consumidor”, afirmou.
Tecnologia conectada exige mais proteção
Durante a entrevista, Leonardo Loureiro explicou que o avanço da internet das coisas (IoT) amplia ainda mais a necessidade de segurança. Dispositivos como robôs industriais, roteadores, televisões, ar-condicionado, lâmpadas inteligentes e outros equipamentos conectados à internet podem expor dados sensíveis se não forem desenvolvidos com proteção desde a fase de projeto.
Hoje, qualquer equipamento conectado pode ser uma porta de entrada para ataques. Por isso, realizamos testes de vulnerabilidade, análise da arquitetura dos sistemas e validações de conformidade com normas técnicas e regulatórias”, explicou.
Ele ressaltou ainda que a cibersegurança deve ser encarada como um item de qualidade do produto, assim como a segurança elétrica ou mecânica, e que pequenas e médias empresas também precisam adotar essas práticas.
Conectividade também é fator de risco
Além da proteção digital, a qualidade da conexão é outro ponto crítico. Redes lentas, instabilidade em horários de pico, dificuldade para suportar novos sistemas e falta de escalabilidade indicam que a infraestrutura não acompanha o crescimento do negócio, aumentando riscos de falhas e vulnerabilidades.
Especialistas destacam que conectividade e cibersegurança caminham juntas: não há segurança robusta em uma rede instável, nem desempenho eficiente sem proteção adequada.
Prevenção como estratégia
Com o aumento dos ataques e das perdas financeiras, a orientação é que as empresas invistam em prevenção, integração de soluções de segurança e capacitação de equipes. A adoção de redes modernas, monitoramento contínuo e estratégias de backup e recuperação de dados são apontadas como medidas essenciais para garantir continuidade operacional e confiança no ambiente digital.
O objetivo, segundo especialistas, é transformar a cibersegurança em um pilar estratégico para o crescimento sustentável das empresas, reduzindo riscos e fortalecendo a competitividade em um mercado cada vez mais conectado.
Por Ismael Oliveira – Redação Jovem Pan News Manaus






