O Amazonas permanece entre os estados com maior proporção de domicílios em situação de insegurança alimentar no Brasil. Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) – Segurança Alimentar, divulgada pelo IBGE na sexta-feira (10), 38,9% dos lares amazonenses enfrentam algum grau de restrição alimentar, o que coloca o estado em terceiro lugar no ranking nacional, atrás apenas de Pará (44,6%) e Roraima (43,6%).
Entre os casos mais graves, quando a falta de alimentos atinge crianças, o Amazonas registra 7,2% das famílias afetadas, índice superado apenas pelo Amapá (9,3%). A insegurança alimentar é mais comum em áreas rurais (31,3%) do que urbanas (23,2%), com níveis graves atingindo 4,6% das famílias no campo e 3% nas cidades.
O levantamento mostra que a vulnerabilidade é mais elevada nas regiões Norte (37,7%) e Nordeste (34,8%), com níveis graves de 6,3% e 4,8%, respectivamente. Outras regiões apresentaram índices menores: Centro-Oeste (20,5%), Sudeste (19,6%) e Sul (13,5%).
Avanços no acesso a alimentos e cenário nacional
Em termos nacionais, houve melhora entre 2023 e 2024. A proporção de domicílios com segurança alimentar subiu de 72,4% para 75,8%, enquanto a de moradores passou de 70,4% para 74,2%. A insegurança alimentar grave caiu de 4,1% para 3,2%, representando 2,5 milhões de famílias que deixaram de sofrer restrição severa.
No Amazonas, o número de domicílios com acesso regular a alimentos aumentou de 57,4% para 61,1%, enquanto a proporção de pessoas em segurança alimentar passou de 52,8% para 56,9%. A queda da insegurança alimentar grave atingiu 330 mil pessoas (8% da população), cerca de 92 mil a menos do que em 2023.
A PNAD Contínua – Segurança Alimentar utiliza a Escala Brasileira de Insegurança Alimentar (EBIA) para classificar os domicílios em quatro categorias: segurança alimentar, insegurança leve, moderada e grave. A pesquisa avalia a capacidade das famílias de acessar alimentos em quantidade e qualidade suficientes, considerando preocupações com o acesso, redução da qualidade das refeições e impacto sobre crianças e adolescentes.
A pesquisa é realizada em parceria com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome e é considerada um dos principais instrumentos de monitoramento da fome e da segurança alimentar no país.
Com informações do IBGE.
Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus