Apreensões disparam no Amazonas e estado se torna líder na retirada de drogas na Amazônia, aponta estudo

Levantamento do Fórum Brasileiro de Segurança Pública relaciona avanço aos investimentos em bases fluviais e ao reforço operacional nas calhas dos rios

O Amazonas registrou nos últimos anos um crescimento expressivo nas apreensões de drogas e passou a ocupar posição de destaque no enfrentamento ao narcotráfico na região amazônica. De acordo com estudo do Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), ações integradas e a implantação das Bases Fluviais contribuíram diretamente para o aumento da produtividade policial.

A análise mostra que, entre 2019 e 2024, o estado apreendeu 34.987,4 toneladas de cocaína, ficando atrás apenas do Mato Grosso. Juntos, os dois estados concentraram mais de 80% da cocaína retirada de circulação na Amazônia brasileira somente em 2024. O levantamento aponta que o avanço coincide com a criação da primeira base fluvial, inaugurada em 2020 no rio Solimões, próximo a Coari, ampliando a capacidade de fiscalização em áreas estratégicas.

O desempenho é ainda maior quando se observam as apreensões de maconha. No mesmo período, as forças de segurança do Amazonas retiraram mais de 122 toneladas da droga, resultado que coloca o estado na liderança entre todas as unidades que compõem a Amazônia Legal.

Bases fluviais e ampliação da estrutura de combate

Desde 2020, o Amazonas implantou a Base Arpão e, posteriormente, expandiu a estrutura com novas unidades. Hoje, o estado conta com quatro bases em operação — Arpão 2, Arpão 3, Paulo Pinto Nery e Tiradentes — distribuídas em pontos estratégicos do Solimões, Baixo Amazonas, Alto Solimões e região de Barcelos. A Base Arpão 1 segue em manutenção. As unidades reúnem equipes da Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, perícia oficial e Força Nacional.

As bases dispõem de tecnologia para monitoramento e apoio às operações e fazem parte do programa Amazonas Mais Seguro. Desde a implantação, os investimentos somam R$ 160 milhões.

Resultados acumulados

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), desde 2020 as bases fluviais já causaram mais de R$ 780 milhões de prejuízo ao crime. Nesse período, as operações resultaram em:

20,7 toneladas de drogas apreendidas; 604 prisões; 4 mil munições e 175 armas; 15,4 milhões de litros de combustível; 113 mil quilos de pescado e carne de animais silvestres; R$ 3,9 milhões em minérios; 148 embarcações apreendidas. 

Resultados de 2025

Somente entre janeiro e outubro de 2025, as bases fluviais geraram mais de R$ 190 milhões em prejuízos aos grupos criminosos, com destaque para a apreensão de 2,6 toneladas de drogas, 19 embarcações e 7,2 milhões de litros de combustível. As forças de segurança também recolheram 4,2 toneladas de pescado ilegal, 3,5 mil metros cúbicos de minérios e efetuaram 120 prisões.

Além das bases, o estado reforçou o apoio logístico com a aquisição de lanchas blindadas, fuzis e metralhadoras, ampliando a capacidade operacional em regiões de difícil acesso.

 

 

Com Informações da Secretaria de Segurança Pública do Amazonas

Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus