O comerciante Adeilson Duque Fonseca, acusado de agredir e matar o sambista Paulo Juvêncio de Melo Israel, conhecido como Paulo Onça, será julgado pelo Tribunal do Júri Popular. A decisão é do juiz Fábio César Olintho de Souza, da 1ª Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Manaus, e foi proferida nesta quinta-feira (9).
Segundo a Justiça, Adeilson vai responder por homicídio qualificado, com agravantes de motivo fútil e recurso que impossibilitou a defesa da vítima. O magistrado destacou que a confissão do réu, somada às imagens das agressões e aos depoimentos de testemunhas, confirma a autoria e a materialidade do crime, justificando o envio do caso ao júri.
O crime e as provas
O caso ocorreu na madrugada de 5 de dezembro de 2024, na Rua Major Gabriel, Zona Sul de Manaus. Câmeras de segurança registraram o momento em que o carro de Paulo Onça avançou o sinal vermelho e colidiu com o veículo de Adeilson Duque. Após o impacto, o comerciante desceu do carro e agrediu o sambista até ele desmaiar.
Paulo foi internado em estado grave e permaneceu hospitalizado por mais de cinco meses, vindo a falecer em 26 de maio deste ano. O juiz rejeitou a tese da defesa de que a morte teria ocorrido por complicações médicas, afirmando que os ferimentos foram consequência direta das agressões.
Tramitação do caso
Após o crime, a Justiça decretou a prisão preventiva de Adeilson, que se apresentou dias depois no 1º Distrito Integrado de Polícia. Ele passou a responder por homicídio qualificado e teve a prisão revogada em setembro, após decisão do Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM).
O tribunal considerou que o réu era primário, possuía endereço fixo e profissão lícita, e que já havia ficado preso por mais de seis meses. Desde então, ele responde em liberdade provisória, com tornozeleira eletrônica e comparecimento periódico à Justiça.
Memória e legado
O sambista Paulo Onça, de 63 anos, era um dos nomes mais respeitados do samba amazonense. Compositor da Grande Rio, ele teve canções gravadas por Jorge Aragão, Arlindo Cruz, Leci Brandão e Zeca Pagodinho. Sua trajetória começou aos 16 anos e ganhou destaque em 1990, quando assinou o samba-enredo “Nem Verde e Nem Rosa”, campeão pela Escola de Samba Vitória Régia.
Considerado um símbolo da música popular do Amazonas, Paulo Onça deixou um legado marcado pela criatividade, generosidade e amor ao samba — valores que continuam inspirando gerações de artistas e admiradores.
Com Informações da Assessoria
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus