Dólar sobe após Bolsonaro confirmar apoio a Flávio e mercado reage a cenário eleitoral

Moeda passa de R$ 5,55, enquanto Banco Central atua com leilões para garantir liquidez no fim do ano

O dólar opera em alta frente ao real nesta sexta-feira (26), em um movimento influenciado por fatores políticos internos e pela atuação do Banco Central do Brasil no mercado de câmbio. A valorização ocorre um dia após o ex-presidente Jair Bolsonaro confirmar apoio à candidatura do senador Flávio Bolsonaro à Presidência da República em 2026, o que elevou a cautela entre agentes financeiros.

Por volta das 10h10, o dólar à vista subia 0,34%, cotado a R$ 5,554 na venda. O contrato de dólar futuro para janeiro, o mais negociado no país, avançava 0,49%, chegando a R$ 5,557 na B3.

No mercado, a leitura é de que a sinalização política reforça incertezas sobre o cenário eleitoral do próximo ano, aumentando a volatilidade cambial. Investidores acompanham de perto possíveis impactos sobre a condução da política econômica e o ambiente de negócios.

Leilões do Banco Central

Para atender à maior demanda por moeda neste período de fim de ano, o Banco Central realiza dois leilões de linha nesta sexta-feira, totalizando US$ 2 bilhões. Nesse tipo de operação, a autoridade monetária vende dólares com compromisso de recompra futura.

As vendas ao mercado serão liquidadas em 30 de dezembro. As recompras estão previstas para 3 de fevereiro de 2026, no leilão A, e 5 de maio de 2026, no leilão B. A estratégia busca garantir liquidez em um momento em que empresas intensificam remessas ao exterior, principalmente para pagamento de dividendos.

Em 2025, esse movimento é reforçado pela antecipação de envios antes do fim da isenção do imposto de renda sobre remessas internacionais, que a partir de janeiro de 2026 passarão a ser taxadas em 10%.

Crédito e cenário externo

Mais cedo, o Banco Central informou que as concessões de crédito recuaram 6,6% em novembro na comparação com outubro, enquanto o estoque total de crédito avançou 0,9%, alcançando R$ 6,972 trilhões.

No exterior, com várias praças financeiras fechadas por conta de feriados, o dólar registra ganhos frente a moedas como o euro, a libra e o iene, mas apresenta recuo diante de algumas divisas latino-americanas.

 

 

Com Informações do InfoMoney

Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus