A Casa Branca publicou, nesta sexta-feira (5), a nova Estratégia de Segurança Nacional do governo Donald Trump. O documento prevê a ampliação do foco militar dos Estados Unidos na América Latina e a redução de operações em outras regiões consideradas de “relevância diminuída” para a segurança nacional.
Segundo o texto, o governo promoverá um “reajuste da presença militar global” para enfrentar ameaças identificadas no Hemisfério Ocidental. A mudança ocorre em meio à mobilização militar no Caribe e ao aumento de tensões com o governo da Venezuela.
Prioridades para a América Latina
O documento cita três eixos para o novo realinhamento militar:
- aumento da presença da Guarda Costeira e da Marinha para controle de rotas marítimas e contenção da migração irregular;
- ações voltadas ao combate a cartéis de drogas, incluindo, quando necessário, o uso de força letal;
- estabelecimento ou ampliação de acesso a áreas consideradas estratégicas.
A estratégia também formaliza o combate a organizações criminosas latino-americanas, tema mencionado pelo governo desde agosto.
Doutrina Monroe e disputa por influência
A política externa apresentada reafirma a intenção dos Estados Unidos de aplicar a Doutrina Monroe, com foco em restringir a presença de países de fora do Hemisfério Ocidental na América Latina. O documento declara que os EUA buscarão impedir que outras nações instalem forças, capacidades militares ou controlem ativos estratégicos na região.
A China é citada como o principal competidor externo, com forte participação comercial em países latino-americanos, incluindo o Brasil.
O texto afirma que os EUA pretendem mobilizar aliados regionais para ações conjuntas nas áreas de migração, segurança e combate ao tráfico.
Reorientação global e repasse de responsabilidades
A Estratégia de Segurança Nacional também estabelece mudanças em outras regiões. O documento critica políticas de administrações anteriores, afirmando que os EUA assumiram responsabilidades excessivas e permitiram que aliados reduzissem investimentos próprios em defesa.
No Leste Asiático, o governo Trump pede que Japão e Coreia do Sul ampliem gastos militares e reforcem capacidades de dissuasão. Também prevê a manutenção de posição firme em relação a Taiwan, produtora de semicondutores e ponto central da disputa geopolítica na região.
No Oriente Médio, o plano menciona a transferência gradual de responsabilidades para parceiros locais após a ofensiva contra instalações nucleares do Irã e o acordo de paz na Faixa de Gaza.
Migração como eixo de segurança interna
O documento afirma que os Estados Unidos pretendem conter migrações em massa e adotar o controle de fronteiras como elemento principal da segurança nacional. O texto critica políticas migratórias implementadas na Europa na última década e indica apoio a grupos contrários às diretrizes da União Europeia.
Com informações do G1*
Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus






