Inflação projetada para 2025 cai para 4,45%, abaixo do teto da meta

Boletim Focus aponta segunda semana seguida de revisão para baixo no IPCA do próximo ano
Foto: Antonio Cruz/Agência Brasil

A inflação projetada para 2025 voltou a recuar e ficou em 4,45%, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (24). Esta é a segunda semana consecutiva em que o indicador aparece abaixo do teto da meta definido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que estabelece objetivo central de 3% com intervalo de tolerância entre 1,5% e 4,5%.

O relatório, que reúne estimativas do mercado financeiro, também manteve as projeções de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB): 2,16% para 2025, 1,78% para 2026 e 1,88% para 2027.

Comportamento recente da inflação

A revisão do Focus ocorre após o resultado do IPCA de outubro, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O índice registrou alta de 0,09%, a menor variação para o mês desde 1998. Com isso, a inflação acumulada em 12 meses ficou em 4,68%, abaixo de 5% pela primeira vez em oito meses.

Nas semanas anteriores, o mercado projetava IPCA de 4,56% para 2025 há quatro semanas e de 4,46% na semana passada. Para 2026, a expectativa atual é de 4,18%, e para 2027, 3,80%.

Selic e política monetária

A taxa básica de juros, a Selic, está em 15% ao ano, patamar mantido pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central nas últimas três reuniões. O BC utiliza a taxa como principal instrumento de controle da inflação.

Antes da sonora, o Banco Central explicou que monitora o cenário externo e interno, especialmente a política econômica dos Estados Unidos e o comportamento da atividade no Brasil.

Em nota, o BC informou que o ambiente externo segue incerto e destacou que a inflação doméstica continua acima do centro da meta, mesmo com desaceleração da economia, disse o comunicado. O texto também afirmou que o Copom pode voltar a elevar a Selic “caso julgue apropriado”, concluiu.

As projeções para a taxa básica seguem em 15% ao ano para 2025. Para 2026, houve revisão para baixo: de 12,25% para 12%. Para 2027, permanece estimada em 10,50%.

Efeitos dos juros

O Copom sustenta que juros mais altos reduzem pressão de demanda ao encarecer o crédito e estimular a poupança. Bancos também consideram risco, custos e lucro na definição das taxas cobradas. O movimento pode limitar a atividade econômica. Já reduções da Selic tendem a baratear o crédito e estimular consumo e produção.

Estabilidade no câmbio

As projeções para o câmbio permanecem as mesmas das últimas semanas. O mercado estima dólar a R$ 5,40 no fim de 2025. Para 2026 e 2027, as projeções seguem em R$ 5,50.


Com informações da Agência Brasil*

Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus