A projeção de inflação para 2025 registrou nova queda e ficou abaixo do teto da meta pela primeira vez no ano, segundo o Boletim Focus divulgado nesta segunda-feira (17) pelo Banco Central. Analistas do mercado financeiro estimam que o IPCA — índice oficial de inflação — encerre o ano em 4,46%, abaixo dos 4,55% previstos na semana anterior.
A nova estimativa se mantém dentro da faixa de tolerância da meta definida pelo Conselho Monetário Nacional, cujo centro é de 3%, com variação de até 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.
De acordo com o economista Cesar Bergo, professor da Universidade de Brasília (UnB), fatores como a queda no preço da energia elétrica, a desvalorização do dólar e a redução nos valores dos alimentos contribuíram para o cenário mais favorável. Ele avalia que a melhora das expectativas reforça as apostas em cortes na taxa básica de juros, a Selic.
“Hoje a taxa de juros é o maior gargalo para a atividade econômica, porque encarece o crédito para as empresas e cria sérias dificuldades para o orçamento das famílias. Com essa perspectiva de melhora do cenário para 2026, a economia deve apresentar uma atividade mais consistente”, afirma.
O economista Pablo Damasceno Reis, do Conselho Regional de Economia do Pará, também acredita na possibilidade de redução dos juros após a virada do ano. Para ele, apesar de a Selic elevada contribuir para o controle da inflação, é necessário observar impactos mais amplos na economia.
“Na minha opinião, o corte já deveria ter acontecido. Muito provavelmente deve ocorrer na virada do ano. A inflação é importante, mas a economia precisa girar, gerar renda, emprego — e lucro para os empresários também”, pontua.
Além da inflação, o Boletim Focus atualizou outras projeções para o ano:
Crescimento econômico: 2,16%
Dólar: R$ 5,40
Selic: 15% ao ano
Com Informações da Agência Brasil
Por João Paulo Oliveira, da redação da Jovem Pan News Manaus






