O ano de 2025 deve terminar como o segundo ou o terceiro mais quente da série histórica, segundo dados divulgados nesta terça-feira (9) pelo observatório europeu Copernicus. De janeiro a novembro, a temperatura média global ficou 1,48°C acima dos níveis pré-industriais, igualando 2023, hoje o segundo ano mais quente já registrado — atrás de 2024.
Novembro de 2025 foi o terceiro mais quente desde o início das medições, atrás apenas de 2023 e 2024. Em relação ao período pré-industrial (1850–1900), o mês registrou 1,54°C acima da média. A depender do comportamento climático em dezembro, o período de 2023 a 2025 deve ultrapassar a marca de 1,5°C, o que configuraria a primeira ocorrência de três anos consecutivos acima do limite mais seguro do Acordo de Paris.
A vice-diretora do Serviço de Mudanças Climáticas do Copernicus, Samantha Burgess, afirmou que os resultados reforçam o ritmo acelerado do aquecimento global e que a redução de emissões de gases de efeito estufa é a única forma de conter o avanço das temperaturas.
Acordo de Paris e recordes recentes
O relatório destaca que 2024 atingiu recorde de 1,6°C de aquecimento global, superando pela primeira vez o limite prioritário do tratado climático firmado há dez anos. As emissões de dióxido de carbono seguem aumentando e devem alcançar novo pico em 2025.
A ciência aponta que a meta de manter o aquecimento em 1,5°C será ultrapassada nos próximos anos. Na COP30, realizada em Belém (PA), os países comprometeram-se a limitar a duração e a intensidade da ultrapassagem desse patamar.
Regiões mais afetadas em novembro
O Copernicus registrou aquecimento acentuado no norte do Canadá, no oceano Ártico e na Antártida. A Ásia apresentou condições variadas, enquanto o nordeste da Rússia teve temperaturas abaixo da média histórica.
No hemisfério norte, o trimestre entre setembro e novembro foi o terceiro outono mais quente já medido, com 0,67°C acima da média de 1991 a 2020. A Europa teve aquecimento de 1,06°C na comparação com a mesma linha de base e registrou o quarto outono mais quente de sua série histórica.
Calor nos oceanos
A temperatura média global dos oceanos atingiu 20,42°C em novembro, o quarto maior índice já registrado para o mês. O mar da Noruega e o mar de Coral, na costa leste da Austrália, tiveram valores recordes. O fenômeno La Niña contribuiu para atenuar o aquecimento em parte do Pacífico.
Impactos regionais
O relatório aponta seca severa no sul do Brasil, além de condições semelhantes no norte do México, no sul dos Estados Unidos e em áreas da Ásia ocidental e central.
A extensão do gelo marinho no Ártico foi 12% inferior à média para novembro, a segunda menor já registrada. Na Antártida, o gelo ficou 7% abaixo da média, registrando a quarta menor marca para o mês.
Com informações da Folha de São Paulo*
Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus






