Os trabalhadores da Petrobras iniciaram nesta segunda-feira uma greve nacional de 24 horas, após semanas de assembleias e a rejeição da segunda contraproposta apresentada pela empresa para o Acordo Coletivo de Trabalho (ACT). Segundo a Federação Única dos Petroleiros (FUP), a paralisação ocorre por tempo indeterminado.
Em nota, a FUP informou que a proposta da estatal não avançou em três pontos considerados centrais pela categoria: uma solução definitiva para os Planos de Equacionamento de Déficit (PEDs) da Petros, aprimoramentos no plano de cargos e salários com garantias contra mecanismos de ajuste fiscal e a defesa de um modelo de negócios voltado ao fortalecimento da Petrobras.
“A categoria quer respeito, dignidade e uma justa distribuição da riqueza gerada”, afirmou a federação. De acordo com a entidade, a greve aprovada nas assembleias tem como objetivo assegurar um ACT que recupere direitos, garanta condições de trabalho e resolva de forma definitiva os equacionamentos do fundo de pensão.
O movimento teve início ainda na madrugada, com a entrega das operações de plataformas no Espírito Santo e no Norte Fluminense às equipes de contingência da empresa. No Terminal Aquaviário de Coari, no Amazonas, houve adesão integral dos trabalhadores, segundo o sindicato.
Durante a manhã, petroleiros de pelo menos seis refinarias também aderiram à paralisação sem troca de turno. Estão entre as unidades afetadas a Regap, em Minas Gerais; a Reduc, no Rio de Janeiro; a Replan, a Recap e a Revap, em São Paulo; e a Repar, no Paraná.
Antes do início da greve, aposentados e pensionistas retomaram, na última quinta-feira (11), uma vigília em frente ao Edifício Senado, sede da Petrobras no Rio de Janeiro. O grupo cobra uma solução para os déficits da Petros, fundo de pensão dos trabalhadores.
As mobilizações ocorrem paralelamente a reuniões em Brasília entre representantes da categoria, do governo federal e da Comissão Quadripartite, que discute alternativas para o impasse.
A FUP também critica a política de distribuição de resultados da empresa. Segundo o sindicato, a Petrobras distribuiu R$ 37,3 bilhões em dividendos apenas nos primeiros nove meses do ano. No mesmo período, de acordo com a federação, a proposta apresentada no ACT prevê ganho real de 0,5%, além de diferenças entre trabalhadores da holding e das subsidiárias.
Com informações da G1*
Por Haliandro Furtado — Redação da Jovem Pan News Manaus






