O governo interino do Peru, liderado pelo presidente José Jerí, decretou nesta terça-feira (21), estado de emergência na capital Lima e na cidade portuária vizinha de Callao para conter a onda de violência e extorsões atribuídas ao crime organizado.
O estado de emergência, que entra em vigor à meia-noite desta quarta-feira (2h em Brasília) e terá duração de 30 dias, permite ao governo mobilizar as Forças Armadas para patrulhar as ruas e colaborar com a polícia na manutenção da ordem. A medida também possibilita restrições a direitos como liberdade de reunião e inviolabilidade de domicílio.
O Peru vem registrando aumento da violência urbana desde 2024. Entre janeiro e setembro deste ano, o país contabilizou 20.705 denúncias de extorsão, 28,8% a mais que as 16.075 registradas no mesmo período de 2024. Lima lidera os registros de extorsões, segundo dados oficiais.
O presidente José Jerí anunciou a decisão após protestos em massa nos quais um civil morreu e centenas ficaram feridos, incluindo policiais. As manifestações ocorreram contra a insegurança, o Congresso e o governo recém-empossado.
Lima e Callao concentram mais de 10 milhões de pessoas e já estiveram parcialmente sob estado de emergência entre março e julho do ano passado, após o assassinato do cantor de cumbia Paul Flores.
Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus.