Risco de apagão pressiona remoção de galhos em ramais do Amazonas

O Ministério Público Federal recomendou à Amazonas Energia a poda imediata de árvores próximas à rede elétrica em ramais da zona rural de Manaus. A medida visa prevenir quedas de energia causadas por galhos que atingem a fiação, como relatado por moradores da Comunidade Jatuarana.

Diante de relatos constantes de apagões em comunidades da margem esquerda do Rio Amazonas, o Ministério Público Federal (MPF) recomendou que a concessionária Amazonas Energia realize a poda de árvores em ramais onde passam linhas de distribuição de energia. A empresa tem até cinco dias para executar o serviço, sob risco de responsabilização.

A recomendação foi emitida após o MPF receber denúncias de moradores da Comunidade Jatuarana, localizada na zona rural de Manaus, sobre quedas frequentes no fornecimento de energia. Segundo os relatos, os apagões são provocados por galhos que caem sobre a rede elétrica, especialmente durante as chuvas e ventanias registradas nas últimas semanas.

A Associação de Agricultores Familiares da Comunidade Ribeirinha e Tradicional de Jatuarana afirmou que os ramais da região sofrem com a falta de manutenção adequada, principalmente no que diz respeito à limpeza da vegetação.

De acordo com o MPF, embora a Amazonas Energia tenha informado a intenção de limpar 95,5 km de faixas neste ano, incluindo Jatuarana, não há comprovação de que os serviços tenham sido executados na localidade. A empresa apresentou apenas registros fotográficos de ações realizadas em outras comunidades, como o Tupé, no lado do Tarumã.

“Os registros fotográficos juntados pela concessionária são referentes à Comunidade do Tupé (Lado Tarumã) e não à Comunidade Jatuarana (Lado Puraquequara), o que demonstra a insuficiência da manutenção preventiva na área objeto do Inquérito Civil nº 1.13.000.002471/2023-43”, afirmou o MPF na recomendação.

O procurador da República substituto Edson Restanho destacou que a concessionária tem o dever de adaptar a manutenção de suas redes às condições ambientais da Amazônia, promovendo limpeza preventiva e periódica para evitar prejuízos à população.

Ele também alertou que a falha no fornecimento de energia em áreas ribeirinhas afeta diretamente a vida das comunidades, comprometendo a conservação de alimentos, o funcionamento de escolas, postos de saúde e demais serviços públicos essenciais.

Com a recomendação, o MPF deu prazo de 15 dias para que a Amazonas Energia apresente um cronograma detalhado de manutenção preventiva, incluindo poda e limpeza nos ramais, a ser implantado de forma contínua não apenas em Jatuarana, mas também em outras comunidades com características similares.

A Amazonas Energia informou que as equipes técnicas só atuam em campo quando há condições climáticas seguras. No entanto, os moradores cobram soluções urgentes para garantir o fornecimento regular de energia nas áreas afetadas.

Com informações da Assessoria.

Por Erike Ortteip, da redação da Jovem Pan News Manaus.

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