Exclusivo: “Se tem algo que o Brasil pode se orgulhar é do seu sistema eleitoral”, afirma juiz Fabrício Frota Marques

Em entrevista ao programa Radar de Notícias, apresentado por Álvaro Campelo, o diretor da Escola Judiciária Eleitoral do TRE-AM destaca a segurança das urnas, o combate às fake news e o planejamento das eleições de 2026

O Juiz eleitoral Fabrício Frota Marques, membro titular do Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE-AM) e atual diretor da Escola Judiciária Eleitoral, foi o convidado do programa Radar de Notícias, apresentado por Álvaro Campelo, nesta sexta-feira, 17, na Jovem Pan News Manaus (98,7 FM). Durante a entrevista, o magistrado falou sobre os desafios da Justiça Eleitoral no Amazonas, a segurança das urnas eletrônicas e o enfrentamento à desinformação nas próximas eleições.

Reconduzido ao cargo de juiz eleitoral pelo presidente da República, Fabrício Frota tem se destacado pela atuação em encontros nacionais da magistratura e pela implementação de projetos de educação cívica e inovação na Escola Judiciária Eleitoral.

“O grande desafio da Justiça Eleitoral é proporcionar que cada cidadão amazonense tenha o direito resguardado do voto e possa expressar sua cidadania. Trabalhamos continuamente com planejamento e aprimoramento das práticas para que as urnas cheguem a todos os irmãos do interior”, afirmou o magistrado.

O Amazonas enfrenta desafios logísticos significativos nas eleições devido à vasta extensão territorial e às longas distâncias entre as zonas eleitorais. A distribuição das urnas eletrônicas exige planejamento antecipado, rotas fluviais e aéreas bem estruturadas e o envolvimento de diversas frentes operacionais. Em muitas localidades, o transporte é feito por barcos, helicópteros e aviões de pequeno porte, para garantir que o voto chegue até as comunidades mais distantes e que todos os eleitores possam exercer o direito de votar.

Foto: Divulgação/TRE

Urnas seguras e orgulho nacional

Durante a conversa, o juiz reforçou que o sistema de votação brasileiro é um dos mais seguros e modernos do mundo. Ele lembrou que as urnas eletrônicas são utilizadas desde 1996, com aperfeiçoamentos contínuos e auditorias públicas que garantem a transparência do processo eleitoral.

“As urnas eletrônicas são, sim, extremamente seguras. É um processo que deu certo. Se tem algo no Brasil de que podemos nos orgulhar, é do nosso sistema eleitoral. Ele garante transparência, agilidade e segurança ao voto”, destacou.

O magistrado também ressaltou que as fases de auditoria, os testes públicos de segurança e a verificação do software reforçam a credibilidade do processo. Ele explicou que as urnas passam por verificação e lacre diante de representantes de partidos políticos, Ministério Público, OAB e Forças Armadas, o que garante a rastreabilidade e o controle de cada etapa do sistema.

Planejamento para 2026 e combate à desinformação

O diretor da Escola Judiciária Eleitoral informou que o TRE-AM já iniciou o planejamento logístico e estratégico para as eleições gerais de 2026, previstas para o dia 4 de outubro, com segundo turno no último domingo do mesmo mês. Segundo ele, a Justiça Eleitoral trabalha de forma contínua, alternando entre eleições gerais e municipais, além de realizar pleitos suplementares quando necessário.

O magistrado também alertou para o uso indevido da tecnologia e da inteligência artificial durante o período eleitoral, destacando que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) atualizou suas resoluções para coibir o uso de deepfakes e fake news. As novas regras reforçam o monitoramento e a responsabilização de quem cria ou divulga conteúdo falso nas redes sociais.

“A internet não é terra sem lei. A Justiça Eleitoral está cada vez mais preparada para combater práticas de desinformação que possam interferir na soberania do voto popular. A verdade e a segurança do processo precisam prevalecer”, disse.

Ele também citou as punições aplicadas em casos de pesquisas eleitorais irregulares, classificando-as como uma das formas mais graves de desinformação.

“Divulgar uma pesquisa sem o devido registro é uma infração séria. A multa pode chegar a R$ 52 mil, além de outras sanções legais”, alertou.

O juiz reforçou que a Justiça Eleitoral está em permanente modernização, atuando com transparência, planejamento e diálogo com a sociedade. Entre as ações da Escola Judiciária Eleitoral, estão projetos voltados à formação de jovens eleitores, campanhas educativas sobre o papel do voto e a realização de seminários sobre ética, cidadania e integridade eleitoral.

Por João Paulo Oliveira, da Redação da Jovem Pan News Manaus

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