Setor de serviços cresce 0,6% em setembro e mantém oito meses seguidos de alta

Avanço foi impulsionado pelo transporte de cargas e pelo aéreo de passageiros; setor supera em 19,5% o nível pré-pandemia
Serviços de transporte e turismo impulsionam crescimento do setor, que alcança o maior patamar da série histórica, segundo o IBGE - Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O setor de serviços cresceu 0,6% em setembro na comparação com agosto, segundo a Pesquisa Mensal de Serviços, divulgada nesta quarta-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o oitavo mês consecutivo de alta, com expansão acumulada de 3,3% no período. Em relação a setembro de 2024, o avanço foi de 4,1%, e no acumulado de 12 meses, de 3,1%.

O resultado coloca o setor no maior patamar da série histórica, superando em 19,5% o nível registrado antes da pandemia de covid-19, em fevereiro de 2020. Entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, houve crescimento de 0,9%.

De acordo com o IBGE, o ciclo atual de oito meses seguidos de alta iguala o observado entre fevereiro e setembro de 2022, período de recuperação da pandemia, quando a expansão acumulada foi de 5,6%. O desempenho de setembro foi o segundo melhor de 2025, atrás apenas de fevereiro, quando o crescimento chegou a 0,9%.

O setor de serviços, que inclui atividades como transporte, turismo, tecnologia, alimentação e estética, é considerado um dos principais termômetros da economia brasileira, por concentrar a maior parte dos empregos no país.

Destaque para transportes

Entre as cinco atividades analisadas, três registraram alta na passagem de agosto para setembro:

  • Transportes, armazenagem e correio: 1,2%
  • Serviços de informação e comunicação: 1,2%
  • Outros serviços: 1,6%
  • Serviços prestados às famílias: -0,5%
  • Serviços profissionais e administrativos: -0,6%

Segundo Rodrigo Lobo, gerente da pesquisa, o grupo de transportes, responsável por 36,4% do índice geral, foi o principal impulsionador do crescimento nos últimos meses, puxado pelo transporte de cargas e pelo aéreo de passageiros.

Lobo explicou que o aumento das viagens aéreas está ligado à melhora na renda das famílias e à redução média dos preços das passagens. Já o transporte de cargas é impulsionado pelo avanço do comércio eletrônico e pela safra recorde de 2025, que aumentou o escoamento agrícola.

“Há correlação direta entre o aumento da receita do transporte rodoviário e o escoamento da safra”, observou o pesquisador. Em 12 meses, o segmento de transportes cresceu 3,1%.

Turismo e atividades regionais

O índice de atividades turísticas (Iatur) subiu 0,1% em setembro em relação a agosto. No acumulado do ano, o avanço é de 5,7%, e em 12 meses, de 6,6%. O setor está 11,5% acima do nível pré-pandemia, mas ainda 2% abaixo do recorde histórico, alcançado em dezembro de 2024.

Lobo atribuiu o bom desempenho ao aumento do transporte aéreo de passageiros e destacou o caso de Belém (PA), que registrou alta de 4,9% no mês, possivelmente influenciada pela proximidade da COP30, que ocorre em novembro.

O Iatur reúne 22 atividades ligadas ao turismo, como hotéis, agências de viagens e companhias aéreas, com dados de 17 estados, incluindo Pará, Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Minas Gerais.


Com informações da Agência Brasil*

Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus