Estima-se que cerca de 80 mil brasileiros sejam diagnosticados com a síndrome de Bell, também conhecida como paralisia facial, todos os anos. A condição provoca perda de movimento em metade do rosto e pode afetar a fala, a expressão facial e a percepção do paladar. O atendimento médico imediato é essencial para avaliação e tratamento adequado.
De acordo com Druzus Marques, neurologista da Hapvida, a paralisia ocorre quando há inflamação ou inchaço do nervo facial. Entre os sintomas estão boca torta, dificuldade de movimentar a face, fechamento incompleto do olho e alterações na expressão. Alguns pacientes também relatam dor, perda de sensibilidade no ouvido e mudanças na percepção do gosto dos alimentos.
“A precocidade do diagnóstico e do tratamento são fatores cruciais no resultado de melhora ou cura”, destaca Druzus Marques, neurologista da Hapvida, ao explicar que a alteração está diretamente associada à inflamação ou ao inchaço do nervo facial.
Causas e diagnóstico
A paralisia de Bell pode ser desencadeada por estresse, baixa imunidade, variações bruscas de temperatura ou infecções virais. Em alguns casos, o herpes zoster é identificado como causa. A detecção precoce permite o uso de antivirais ou corticóides para reduzir a inflamação e aumentar as chances de recuperação completa.
O diagnóstico é clínico e realizado no consultório, com diferenciação entre a paralisia de Bell e um AVC, que também pode afetar o movimento de uma parte do corpo, mas requer tratamento distinto.
Tratamento e recuperação
O tratamento é medicamentoso, com antivirais quando há suspeita de infecção viral e corticóides para reduzir a inflamação do nervo facial. Cuidados oftalmológicos podem ser necessários para prevenir úlceras de córnea, com pomadas lubrificantes indicadas para pacientes que não conseguem fechar o olho.
A maioria dos pacientes apresenta recuperação completa ou quase completa em cerca de três semanas. Entre 3% e 5% não recuperam a função total do olho, e aproximadamente 10% mantêm assimetria facial.
A fisioterapia é indicada para pacientes com recuperação parcial, ajudando na redução da assimetria e no fechamento do olho.
Prevenção
A prevenção da paralisia facial é limitada devido à ausência de fatores de risco claros. Evitar choques térmicos, como transições abruptas entre ambientes quentes e frios, pode reduzir o risco de desenvolvimento da doença.