Tribunal francês concede liberdade a Nicolas Sarkozy enquanto aguarda julgamento de recurso

Ex-presidente da França foi libertado da prisão após decisão do Tribunal de Recurso de Paris, mas permanece sob controle judicial e impedido de deixar o país
Nicolas Sarkozy participa por videoconferência de audiência no Tribunal de Recurso de Paris - Foto: Instagram @nicolassarkozy

O ex-presidente francês Nicolas Sarkozy será libertado da prisão nesta segunda-feira (10), após decisão do Tribunal de Recurso de Paris. A corte aceitou o pedido de sua defesa para aguardar em liberdade o julgamento do recurso contra a condenação de cinco anos de prisão, por suposto recebimento de recursos da Líbia para a campanha eleitoral de 2007.

Sarkozy, de 70 anos, estava detido desde 21 de outubro na prisão de La Santé, em Paris, após ter sido considerado culpado por conspiração criminosa ligada à obtenção de fundos do regime de Muammar Kadhafi. Ele foi absolvido das acusações de corrupção e financiamento ilegal de campanha. A sentença havia sido aplicada de forma imediata, considerada de “gravidade extraordinária” pela juíza Nathalie Gavarino.

O Tribunal de Recurso determinou que o ex-presidente fique sob controle judicial, proibido de deixar a França e de manter contato com outros acusados e testemunhas do processo. A decisão atendeu à recomendação do Ministério Público, que considerou que Sarkozy não oferece risco de fuga.

Durante a audiência, realizada por videoconferência, Sarkozy afirmou que cumprirá todas as determinações da Justiça. “Sou francês, senhor. Amo meu país. Cumprirei todas as obrigações impostas a mim, como sempre fiz”, declarou.

A defesa argumentou que não há fundamentos legais para a manutenção da prisão preventiva. O advogado Christophe Ingrain afirmou que os critérios que justificaram a detenção “não se aplicam mais” e que manter o ex-presidente preso seria uma decisão “sem base jurídica”.

A esposa de Sarkozy, Carla Bruni, e os filhos Pierre e Jean acompanharam a sessão no tribunal. O ex-presidente reiterou sua inocência e classificou o processo como uma perseguição política.

A decisão judicial permitirá que Sarkozy aguarde o julgamento de seu recurso em liberdade, sob supervisão, até a primavera de 2026, quando está prevista a análise definitiva do caso pelo Tribunal de Recurso de Paris.

 

Com informações Sábado*

Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus