STF mantém condenação de Bolsonaro e rejeita recursos no caso da tentativa de golpe

Primeira Turma rejeitou embargos de declaração e preservou pena de 27 anos e três meses aplicada ao ex-presidente
Primeira Turma do STF rejeitou recursos e manteve a condenação de Jair Bolsonaro no julgamento da tentativa de golpe - Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou, por unanimidade, os recursos apresentados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis réus no processo que apura a tentativa de golpe de Estado. Com a decisão, permanece válida a condenação de Bolsonaro, que recebeu pena de 27 anos e três meses.

Os ministros negaram os embargos de declaração na sessão virtual, encerrada às 23h59 de sexta-feira (14). As defesas buscavam reduzir penas e alterar o regime de cumprimento.

Pelas regras do STF, novos recursos, os chamados embargos infringentes, só seriam admitidos caso Bolsonaro tivesse recebido ao menos dois votos pela absolvição, o que não ocorreu. Caso as defesas insistam na apresentação, o relator, Alexandre de Moraes, poderá considerar o recurso apenas protelatório.

Após a publicação do acórdão, ainda sem data prevista, deve ser decretada a prisão dos réus e definido o local de cumprimento da pena.

Situação atual e execução da pena

Bolsonaro está preso cautelarmente por investigação relacionada ao caso do tarifaço dos Estados Unidos. Com a nova condenação, ele poderá cumprir a pena definitiva no presídio da Papuda, em Brasília, ou em sala especial da Polícia Federal.

A defesa pode solicitar prisão domiciliar com base no estado de saúde do ex-presidente, semelhante à decisão que beneficiou o ex-presidente Fernando Collor, que cumpriu pena da Operação Lava Jato em casa sob monitoramento eletrônico.

Condenados no processo

Além de Bolsonaro, tiveram recursos negados:

  • Walter Braga Netto, ex-ministro e candidato a vice em 2022;

  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;

  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça;

  • Augusto Heleno, ex-ministro do GSI;

  • Paulo Sérgio Nogueira, ex-ministro da Defesa;

  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Abin.

Mauro Cid, ex-ajudante de ordens, não recorreu após firmar delação premiada. Ele cumpre pena em regime aberto e já não usa tornozeleira eletrônica.


Com informações da Agência Brasil*

Por Haliandro Furtado, da redação da Jovem Pan News Manaus